Manifestantes protestam contra intoler�ncia religiosa na Zona Oeste

Ato foi organizado pelo coletivo Tudonumacoisas� em Campo Grande

Por O Dia

Rio - Dezenas pessoas se reuniram contra a intoler�ncia religiosa, ontem pela manh�, em Campo Grande, para a 1� Caminhada Pela Liberdade Religiosa da Zona Oeste. O encontro terminou com todos reunidos em frente � Igreja Nossa Senhora do Desterro, no mesmo bairro. �Percebemos que a intoler�ncia estava sendo fomentada em Campo Grande e nos unimos para esse movimento�, conta Lindalva Cabral, coordenadora da caminhada.

Manifestantes pedem toler�ncia religiosa em caminhada na Zona Oeste Severino Silva / Ag�ncia O Dia

�A ideia � de que esse movimento cres�a como o de Copacabana. Que ele v� para Zona Norte e outras �reas tamb�m. A sociedade � plural e estamos mostrando essa pluralidade. O Estado deveria ser de fato laico e n�o teol�gico. Vivemos uma persegui��o clara contra as religi�es de matrizes africanas. Aqui � uma mostra que a diversidade � importante para n�s. Essa � a primeira de uma s�rie de outras que vir�o com certeza. N�o queremos s� toler�ncia, mas respeito�, destaca Ivanir dos Santos, interlocutor da Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa (CCIR).

Antes da caminhada at� a igreja, diversos representantes de varias religi�es abriram uma ciranda de roda com rezas. C�nticos cat�licos, evang�licos e de matriz africana se revezavam e eram entoados a plenos pulm�es. No fim, Mestre Batata fez uma roda de capoeira.

Manifestantes pedem toler�ncia religiosa em caminhada na Zona Oeste Severino Silva / Ag�ncia O Dia

Para o pai Osvaldo de Mutal�, do candombl�, esse momento foi muito esperado. �Estou nessa luta h� mais de 45 anos. Vivemos com discrimina��o, n�s do candombl�, quem � de umbanda e de linha branca tamb�m. Esse evento veio abra�ar as religi�es da Zona Oeste. Hoje estamos todos sentados na mesma mesa�, comemora.

Segundo a m�e Penha, da umbanda, que j� foi v�tima de intoler�ncia religiosa - em outubro, arremessaram uma pedra de 20 cent�metros no teto do sal�o onde ela realizava uma festa de ibeijada (comemora��o das crian�as) - � preciso educar tamb�m as autoridades. �Os nossos delegados e inspetores n�o s�o ensinados. � um problema institucional. Independente de cor, religi�o, g�nero ou ra�a. Queremos paz e respeito�, sintetiza.

Manifestantes protestam contra intoler�ncia religiosaSeverino Silva / Ag�ncia O Dia

O pastor Gilmar Antunes, da Igreja Contempor�nea, afirma que a intoler�ncia precisa ser banida. �Precisamos mostrar que Deus nos aceita do jeito que somos. Como a intoler�ncia se ramifica, o combate � ela tamb�m precisa se ramificar�, defende Antunes. Segundo Marcelo Medeiros, coordenador do Centro Ecum�nico de Estudos B�blicos (CEBI), movimento popular, � preciso respeito entre todos. �A nossa reflex�o � de defesa pela vida e luta contra intoler�ncia�, acredita.

O bispo da Igreja M�rmon, Gilmar Garcez, diz que todos os seres humanos s�o filhos de Deus e pertencentes � mesma fam�lia. E que precisam se aceitar. �E que as diferen�as, que existem, e n�s sabemos, n�o podem ser mais fortes do que as semelhan�as, que s�o imensas�, decreta.

�Os ataques sofridos por outras religi�es n�o representa o meio evang�lico. Muitos de n�s nos posicionamos contra isso. O exemplo deve ser seguido por todos�, afirma pastor V�tor Louredo, da Igreja Evang�lica Gae Miss�es Urbanas.

Para o padre Andr� Luiz, da Igreja Nossa Senhora da Concei��o do Monteiro, em Campo Grande, diz que a intoler�ncia n�o vem de Deus. �Ele (Deus) n�o faz sele��o de pessoas. A proposta Dele � salvar as pessoas. A nossa ideia � que essa inciativa se espalhe�, torce.




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