Governo vai analisar demandas de outros estados por ajuda na segurança pública

Medida de intervenção militar no Rio de Janeiro pode servir de exemplo para outras cidades do país com altos índices de violência. Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, Brasil vive 'guerra de segurança pública'

Por Estadão Conteúdo

Entrevista  coletiva do Ministro Justiça Torquato Jardim no CICC, na Praça Onze, sobre a operação,Segurança e Paz. Entrevista aberta pelo Secretário de Segurança,Roberto Sá.
Entrevista coletiva do Ministro Justiça Torquato Jardim no CICC, na Praça Onze, sobre a operação,Segurança e Paz. Entrevista aberta pelo Secretário de Segurança,Roberto Sá. - Estefan Radovicz / Agência O Dia

Brasília - Ao lado do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e do diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou na noite deste domingo, que o governo federal vai analisar eventuais demandas de outros Estados por ajuda na segurança pública. "O que vier, o governo assistirá e responderá na extensão da sua capacidade operacional e no limite do orçamento. Esse é o compromisso do governo do presidente Michel Temer", disse Torquato, na base aérea de Brasília, de onde uma força-tarefa policial embarcou para o Ceará para "dar apoio técnico às forças de segurança estaduais nas ações de combate ao crime organizado"

Torquato reconheceu que o País vive uma "guerra de segurança pública", e que o governo responderá as demandas dentro de sua capacidade. "Vamos estar onde necessário, com a força possível", afirmou o ministro. "O crime é nacional e nenhum Estado pode combatê-lo sozinho."

O ministro disse ainda que "é natural" que a coordenação dos trabalhos na área de segurança seja atribuição de sua pasta. "Nenhum Estado sozinho vai ganhar essa luta."

Em relação ao Ceará, o ministro disse que o Estado vive um "momento difícil de segurança" e que o governo federal quer ajudar a "trazer a paz" para a população local, mas rechaçou uma possível intervenção. Segundo ele, a situação cearense é bem diferente da do Rio de Janeiro.

Torquato aproveitou a presença de Eunício para elogiar o presidente do Senado, que fez a demanda junto ao governo para seu reduto eleitoral. "A presença do senador Eunício é fundamental porque ele é um grande canal político no estado".

Torquato disse não se sentir desconfortável com a criação da pasta de Segurança Pública, e afirmou que o Ministério da Justiça continuará com atribuições importantes. "Estamos concluindo os documentos necessário para a divisão de tarefas (entre os ministérios)", afirmou o ministro. Ele calcula em dez dias o prazo para que a estrutura do novo ministério esteja montada. 

"O Ministério da Justiça e Segurança (Pública) atualmente tem 17 secretarias. Eu vou continuar com a Funai, que já é um mundo em si mesmo, mais a questão migratória, mais os direitos econômicos com o Cade, tem muita tarefa", destacou, salientando que o trabalho das duas pastas "será conjunto".

Questionado sobre o nome do ministro que ocupará a área de segurança, Torquato afirmou que ele ainda está sendo "procurado", e que o perfil desejado pelo governo é alguém reconhecido e com interlocução política com governadores e com o Congresso. "Criar o Ministério da Segurança Pública não é colocar no colo da união os problemas que são dos Estados", salientou. 

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