Bolsonaro e Boulos discordam sobre declara��o de general Villas B�as

O candidato do PSOL chamou de 'sil�ncio covarde' a aus�ncia de posicionamento dos tr�s poderes sobre o caso; J� o candidato do PSL postou mensagem de apoio � fala do militar

Por ESTAD�O CONTE�DO

Presidenciáveis se manifestam sobre declaração do comandante do Exéricito na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula no STF.
Presidenciáveis se manifestam sobre declaração do comandante do Exéricito na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula no STF. -

São Paulo - Quatro pré-candidatos à Presidência da República se manifestaram sobre as declarações do comandante do Exército. Eduardo Villas Bôas disse no Twitter que a instituição compartilha "o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia." A mensagem foi postada nesta terça-feira, véspera da votação do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF).

Favoráveis à prisão de Lula, os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Alvaro Dias (Podemos) apoiaram o discurso de Villas Bôas. "O partido do Exército é o Brasil. Homens e mulheres, de verde, servem à Pátria. Seu Comandante é um soldado a serviço da Democracia e da Liberdade. Assim foi no passado e sempre será. Estamos juntos General Villas Boas", postou Bolsonaro nas redes sociais. O candidato do PSL é defensor de uma presença mais forte dos militares na política.

Contrários à prisão, Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D'Ávila (PCdoB) repudiaram o posicionamento do comandante. Para Boulos, a declaração expressa uma crise institucional no país. "Seguimos esperando posição da presidente do Supremo, dos presidentes das Casas Legislativas e de (Michel) Temer. Até aqui um silêncio covarde", escreveu.

Na noite de terça, Boulos já havia se posicionado sobre o caso com um questionamento: "O comandante do Exército está chantageando o STF e fazendo ameaças veladas? É isso mesmo?"

Manuela seguiu a mesma linha de considerar antidemocrática uma interferência do Exército em assunto do Judiciário. Ao compartilhar um tuíte do companheiro de partido e governador do Maranhão, Flávio Dino, a pré-candidata disse que "é tempo de se fazer respeitar o Estado Democrático de Direito e a Constituição " E apontou que a saída para a crise passa por "mais democracia, eleições diretas, respeito ao voto popular e às liberdades democráticas."

Alvaro Dias considerou a mensagem do general "oportuna" e disse que, se o STF for contra as "aspirações visíveis da sociedade brasileira contra a impunidade", a República estará falida. "O general Vilas Boas coloca o Exército brasileiro em sintonia com o desejo do nosso povo de ver nascer uma nova justiça onde todos serão iguais perante a lei."

As declarações do general também repercutiram entre outros militares, que se botaram à disposição de Villas Bôas. Do outro lado, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o presidente da OAB, Claudio Lamachia, condenaram uma eventual interferência do Exército no processo político brasileiro.

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