Roraima cobra R$ 184 milhões da União por gastos com venezuelanos

Em abril, o Estado entrou com uma ação no Supremo pedindo o fechamento temporário das fronteiras alegando um "colapso" da economia local

Por ESTADÃO CONTEÚDO

Criança refugiada venezuelana brinca dentro do abrigo Pintolandia, em Boa Vista
Criança refugiada venezuelana brinca dentro do abrigo Pintolandia, em Boa Vista -

Roraima - O governo estadual de Roraima apresentou, nesta sexta-feira, durante a primeira audiência de conciliação realizada no Supremo Tribunal Federal (STF), um pedido de "ressarcimento" de R$ 184 milhões gastos com imigrantes venezuelanos que cruzaram a fronteira. Em abril, o Estado entrou com uma ação no Supremo pedindo o fechamento temporário das fronteiras alegando um "colapso" da economia local.

No valor apresentado, o governo incluiu custos com atendimentos médicos aos venezuelanos - cerca de R$ 139 milhões - e despesas da rede de educação, além de gastos com assistência social e abrigo. Segundo a governadora de Roraima, Suely Campos (PP), se a União não repassar mais recursos ao Estado, o processo judicial deve continuar. "Vamos continuar judicialmente, se necessário, porque o Estado não pode entrar em uma grande desestabilização social e econômica", afirmou.

A advogada-geral da União, Grace Mendonça, que representou o governo federal, se comprometeu a encaminhar aos ministérios responsáveis o pedido, mas lembrou que já houve outros repasses. "Já deixamos muito bem fundamentado que o valor pretendido precisa se ater à realidade, principalmente, dos esforços que a União já ofereceu ao Estado."

Sobre a possibilidade de fechar a fronteira, Grace descartou a opção. "Existe uma questão de competência. O Poder Judiciário brasileiro não tem competência constitucional para fechá-la." A próxima audiência será no dia 8 de junho.

Relatora do caso, a ministra Rosa Weber acompanhou a reunião. No despacho em que intimou as partes a comparecerem à audiência, Rosa concedeu um prazo de 30 dias para a União se manifestar sobre os pedidos do governo de Roraima e sobre a sugestão de um eventual encaminhamento da ação à Câmara de Conciliação e Arbitragem Federal da Advocacia-Geral da União (AGU). 

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