Rio - Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite. E agora as madrugadas de sábado para domingo estão muito mais apimentadas. O programa "SexPrivé Club", exibido na Band às 3h, logo após a sessão de filmes eróticos, conta com três mulheres poderosas para falar de sexo sem pudores. A jornalista Krishna Mahon, a expert em sexo Erica Vieira e a influenciadora do universo pornô Maru Karv levam um olhar feminino para a atração, que tem quadros com contos eróticos, Top 5 cenas de filmes adultos e perguntas e respostas.
"A TV brasileira há anos tem mulheres incríveis falando do assunto: Marta Suplicy na 'TV Mulher', Monique Evans, Penélope [Nova] e até a maravilhosa velhinha canadense Sue Johanson. São gerações e gerações aprendendo o que as escolas infelizmente ainda não ensinam. Fico muito honrada e feliz de ter esse papel agora, e num formato que pode incluir o público masculino, que é quem mais precisa aprender, e em geral não era o público majoritário desses programas", celebra Krishna Mahon.
"É muito gratificante ter essa liberdade de mostrar que mulher está cada vez mais ocupando um espaço onde pode expor suas vontades, suas opiniões e desejos sem julgamentos e mostrar que ela tem que ser respeitada. Afinal, o parceiro tem que se importar com o que ela gosta", concorda Erica Vieira.
Além do "SexPrivé Club" e dos mais de 166 mil seguidores no Instagram, Maru Karv também é dona de um dos maiores canais brasileiros do PornHub, que é o YouTube do universo pornô. A influenciadora era bancária antes de começar a trabalhar com entretenimento adulto ao lado do marido, Phil Karv.
"Eu e meu marido já tirávamos fotos e fazíamos gravações para nós, e uma amiga que já trabalhava com isso sugeriu que a gente entrasse no Pornhub e outros sites", explica Maru, que nunca fez cenas com outros homens mas também não descarta a possibilidade. "Se a proposta, os atores, o estilo do filme, o cachê, tudo me agradasse e meu marido achasse interessante, eu faria sim, sem problemas".
Mesmo acostumadas com o tema, as apresentadoras do "SexPrivé Club" ainda se deparam com perguntas capazes de deixá-las constrangidas. "Tem muita loucura no sexo que pode até me constranger na hora por eu não conhecer, mas não vejo como tabu. Acho ótimo ter o conhecimento de tudo, mas não quer dizer que eu vá fazer! Espero que o programa leve isso de forma bem-humorada e simples para os telespectadores. É um prazer conhecer tudo com eles", afirma Erica.
"Como passei a receber muitas perguntas da audiência no meu Instagram pessoal, abri logo para perguntarem o que quisessem, inclusive sobre mim. Achei que nada mais me deixaria constrangida. Ledo engano. Algumas perguntas de cunho pessoal me deixam bem sem graça, sim. Meu fiofó, por exemplo, é supertímido, coitado (risos). O que faço ou deixo de fazer com ele não deveria ser o centro das atenções", brinca Krishna.
PRECONCEITO E NUDES
Falar de sexo abertamente não é fácil e ainda gera muito preconceito, mas as apresentadoras do "SexPrivé Club" não se intimidam por isso. Krishna Mahon foi criada em uma família que sempre falou abertamente sobre tudo mas ainda assim causava espanto pelo que chama de "humor mais sujinho".
"Passei a vida adulta em corporações americanas, que são bastante conservadoras. Como venho de uma família progressista que fala sobre tudo abertamente, inclusive sexo, vez ou outra, muito sem querer, eu chocava as pessoas pelos meus comentários e senso de humor ‘sujinho’. Quando passei para a frente das câmeras, muitos colegas ficaram chocados, mas não me abalo com o julgamento dos outros, e tive muito mais apoio que crítica", revela.
"Falar de sexo sem ser julgada ainda não é fácil! Deveria ser natural, afinal sexo é natural! E fazer sexo não me define. Não é porque quero falar de sexo que eu estarei dando abertura para fazer sexo com qualquer pessoa. Isso não dá o direto de fazerem propostas ou de mandarem 'nudes'. Não pedi pra ver nenhum homem nu, se eu quiser fazer sexo ou ver o homem nu, eu escolheria quem ver ou fazer", enfatiza Erica.
Quando recebe nudes, Krishna costuma dar um "pesco-tapa amoroso" no abusadinho. "Todos os nudes que recebo são indesejados. Ao invés de bloquear ou discutir com a pessoa, respondo sempre com o que chamo de pesco-tapa amoroso, uma mensagem explicando que mandar nude para quem não quer receber é uma forma de abuso, que a pessoa não deveria mandar pra mim ou para qualquer outra pessoa, e que existem formas bem mais eficazes de se comunicar. Falo abertamente: você não vai ‘comer’ ninguém mandando nude, mas se conversar, passar a conhecer a outra pessoa, pode haver uma conexão e a chance de ‘pontuar’ é infinitamente maior".