Dilsinho só tem motivos para comemorar: O cantor fará seu primeiro show da turnê 'Terra do Nunca' na Fundição Progresso, na Lapa, hoje. O novo trabalho, lançado no fim do mês passado no Youtube Space, já é o maior sucesso. À coluna, o artista fala sobre o DVD, relação com os fãs, das músicas estouradas e mais. Confira!
Algumas músicas estouraram antes mesmo do lançamento do DVD. A expectativa para esse novo trabalho acaba aumentando por isso?
Sim, e a responsabilidade também aumenta. É o ponto alto da minha carreira. A gente estava muito ansioso pra dividir logo isso tudo com as pessoas. E poder chegar em um momento mais maduro profissionalmente, e como pessoa também, é muito bom. Acho que é um momento legal, que tinha que estar acontecendo. A gente lançou uma música (Péssimo Negócio) antes, pois a ideia era aquecer pro DVD. Não imaginei que a música fosse virar tanto sucesso assim. A gente realmente está com essa surpresa boa.
Foi surpreendente as músicas bombarem?
Foi bem legal. A gente trabalha muito. Então, acho que é um reflexo de muito trabalho, dedicação. Sou um cara que coloca muita verdade e sentimento nas coisas que eu faço. Quando eu vejo alguma coisa dando certo, eu fico muito orgulhoso. E nesse DVD eu estou orgulhoso pela carga emocional que teve. Foram vários anos a gente tentando procurar nosso espaço, mostrar algumas coisas novas para as pessoas e fazer as pessoas entenderem que o pagode estava começando a mudar. Hoje a gente chega num momento muito legal.
Depois do 'boom' do sertanejo, o pagode voltou com tudo. É gratificante ser referência do ritmo?
Em pensar que há um tempo atrás diziam que a gente era doido de começar uma carreira e ser um cantor de pagode solo, que não dava certo. E depois de um tempo a gente estar virando referência para a galera nova. Acho que a palavra nem é referência, é os cantores entenderem que se eu consegui, eles também podem conseguir. Esse DVD é uma forma disso. O nome 'Terra do Nunca' e todo esse teor lúdico que a gente trouxe, de sonhos, de fazer as pessoas entenderem que elas fazem parte desse sonho comigo. E que eu só estou ali por causa delas. Dividir esse sonho e mostrar que as pessoas podem sonhar, que as coisas acontecem, se você acreditar, correr atrás... Na Terra do Nunca do Dilsinho tudo acontece.
Você se considera sonhador?
Muito. Eu sou meio aquele que pensa: 'Conseguimos esse sonho e agora, né?'. Fica uma busca meio sem fim. Acho que é bom pra você crescer profissionalmente também. Foi assim que eu fui amadurecendo. Se você me perguntar agora, eu estou vivendo um sonho. A gente está lançando meu primeiro DVD. Seria injusto eu não ter um carinho com ele agora e pensar em outra coisa. Esse ano a dedicação é levar o show do DVD pro Brasil todo.
O DVD tem participações de Luan Santana, Ferrugem, Mumuzinho, Leo Santana, Ivete Sangalo, Kevinho, Dennis DJ... São seus amigos de longa data?
O Luan é meu amigo há um pouco menos tempo, mas com uma intensidade grande. Todo mundo que está no DVD são pessoas que eu tenho uma grande afinidade. A Ivete hoje é uma conselheira. Chega a ser engraçado, porque eu só a via pela televisão e hoje eu pego o telefone e falo com ela. Isso é muito legal, gostoso. No DVD, tenho um carinho por todo mundo que estava lá, que fazem parte da minha história. A galera do Sorriso Maroto. Tem o Dennis DJ que já tinha feito uma versão remix de uma música minha. A gente trouxe ele pra tocar essa música remix no DVD e fazer uma versão nova do 'Rola um Love' com o Kevinho. O Leo Santana também que já era um amigão. A gente fazia vários shows juntos pelo Nordeste e foi criando uma proximidade legal.
Acha que essa mistura musical agrega no trabalho de todo mundo, Dilsinho?
Essa mistura é a música no geral hoje. A música está cada vez mais globalizada. É muito legal a gente misturar os ritmos. Primeiro, que quem ganha é o público. Segundo, a gente ganha, porque sai daquele ponto comum, da zona de conforto. Você começa a se testar em outras coisas e eu fui um cara que fez isso desde o começo. Gravei um clipe em 2015, em Los Angeles, que fui eu e uma câmera. E as pessoas olham e nem acreditam que a gente foi com a cara e a coragem. Sempre tentei coisas e arrisquei coisas novas. Tenho muito respeito pelo Exaltassamba, Revelação, Sorriso Maroto, Só Pra Contrariar, Soweto, Art Popular... Acho que tem uma nova cena surgindo. Como eu pensei em um espaço vazio, em ocupar aquele espaço vazio, claro, respeitando todos esses caras que são referências, mas acho que a gente está se iniciando nessa fase.
Passou muito perrengue no início da carreira?
Passo até hoje, pô. Passei pra caramba. A estrutura no começo é muito difícil. Mas acho que é isso que te faz continuar. Foram muitos nãos. Porém, não me apego a muita coisa negativa, não. Sou aquele cara que você vai brigar comigo, vou ficar chateado com você e a gente vai ali pra fora e eu não vou mais lembrar o que você fez. A gente aprende a ouvir com o tempo também.
Quantos shows você tem feito em média por mês?
A gente faz uma média de 15 a 20 shows por mês. Teve uma época que a gente fazia muitos shows. Em dezembro de 2017, a gente fez 27 shows em dezembro e em janeiro fiz 29. Então, pensei: 'Meu Deus, será que essa vai ser a rotina?". Estava torcendo pelas férias. E eu entendi que era uma fase. Não consigo manter a qualidade de show se eu faço muita coisa. Ainda estou na fase de fazer bastante show, mas combinamos uma média de 15 a 20. Não fica ruim pra ninguém.
E como é sua relação com os fãs?
Curto bastante. Sou bem transparente. Acho que tem o limite da pessoa e do artista. É só você combinar. Hoje pode, isso dá, isso não dá. É só falar que a pessoa entende. Quando eu entendi que conversar é melhor, explicar a situação, a pessoa sempre vai se colocar no seu lugar e você sempre se coloca no lugar da pessoa. Sempre me coloquei no lugar das pessoas, porque as vezes, ela só tem aquela oportunidade ali de encontro no aeroporto, na rua, no restaurante. Eu acho que dificilmente falo não.
Já deixou de fazer algo porque é famoso?
Nunca deixo de fazer as coisas que eu quero. Claro que você tem que fazer as escolhas certas. Mas se eu tiver afim de ir à feira agora porque eu quero comprar tal coisa, eu vou. A galera me puxa um pouco a orelha, mas eu vou. Porque eu não acho nem legal isso pra você. Com o tempo você vai aprendendo seu limite e o da pessoa, e a gente vai se entendendo. Tenho um contato muito verdadeiro com a galera.
Com esse ritmo acelerado de trabalho, você consegue curtir a sua família, sua esposa?
Dá pra conciliar. Hoje sou casado (a esposa do cantor é Beatriz Ferraz), moro junto, ficou melhor. Antes eu vivia um momento na minha vida pessoal que era tipo uma onda: tinha altos e baixos, muita coisa nova acontecendo. Quando comecei a estabilizar a minha vida pessoal, a minha vida profissional começou a dar mais certo ainda. Então, hoje eu vejo pouco, fico pouco em casa, mas dá para fazer tudo.
E a sua esposa lida bem com o assédio das fãs?
Lida bem, sim. Já está acostumada.
E antes de ser casado, você já fez um péssimo negócio, Dilsinho?
Quem não fez? (risos) Já fiz. É o péssimo negócio que te faz fazer um bom negócio depois.