Raissa de Oliveira se prepara para seu 17º ano como Rainha de Bateria da Beija-Flor. À coluna, a gata conta que sua fantasia será luxuosa, aponta os desfiles mais marcantes para ela e muito mais. Confira a entrevista!
Como está a expectativa para seu 17º ano como Rainha de Bateria da Beija-Flor de Nilópolis?
A expectativa é que a Beija-Flor faça mais uma vez um grande Carnaval. Inclusive, toda a administração, barracão, comunidade estão trabalhando muito para isso.
É uma emoção diferente, já que não é mais sua estreia? Você se sente segura no seu posto de Rainha de Bateria?
É uma emoção diferente, sim. Porque a Beija-Flor vai falar dela mesma, de todos os carnavais. Eu continuo dizendo que todo ano é como se fosse o primeiro ano. Dá aquele friozinho na barriga, por mais que eu tenha 20 anos de estrada, contando tudo. Mesmo assim, bate o frio na barriga.
O desfile da Beija-Flor vai relembrar os melhores momentos da escola. Tem algum desfile mais marcante para você?
Pra mim, os desfiles mais marcantes foram o de 2003, que eu me tornei Rainha de Bateria, com 12 anos, e o de Guiné Equatorial (2015), onde eu pude participar do enredo, que eu levei o enredo e fomos campeões. O de 2003 e 2015 fomos campeões. Tem um gostinho bem diferente pra mim.
Sua fantasia vai remeter a algum desfile? Gostaria que remetesse a algum desfile em especial?
Minha fantasia vai remeter a um desfile, sim. É um desfile que eu gosto muito. Mas eu ainda não posso falar qual é.
Como será sua fantasia? Vai ser mais comportada ou vai mostrar o corpo?
Minha fantasia vem muito luxuosa, como sempre. Bastante caricata. Em 2018, eu tirei aquele tradicional faisão do biquíni, desfilei mais caricata, gostei do resultado, ficou bacana. E este ano, também não vai ser diferente. Venho bem caricata e luxuosa dentro do enredo.
Como é a sua relação com os integrantes da Beija-Flor?
Eles já são da minha família. Fui criada em Nilópolis e minha relação com eles é de pai e filha. Fui nascida dentro da Beija-Flor, né? Não podia ser diferente.
Tem algum ritual antes de entrar na Avenida?
Antes de entrar na Avenida, gosto de entrar com o pé direito. É o meu ritual de todo ano. Na minha cabeça, me traz sorte e me traz mesmo. Faço sempre uma oração.
Qual é o momento mais difícil de enfrentar na Sapucaí? E o mais prazeroso?
Momento mais difícil é o da entrada. É onde rola o frio na barriga no esquenta do desfile. Depois, no meio, você fica um pouco sem ar, porque você já andou tudo, ainda mais quando a fantasia é pesada. Você fica mais cansada. E o mais prazeroso é quando você sai da Avenida com a sensação de dever cumprido, que sua escola foi bem, que ocorreu tudo bem. Isso é o mais importante. Acho que uma escola quando um carro não quebra, ninguém se machuca, além do desfile ser muito bom.
Você já se espelhou em alguma Rainha de Bateria?
Gosto muito da Luma de Oliveira. Soberaníssima. Uma postura intacta, assim como a Luiza Brunet. Elas foram minhas maiores inspirações, apesar de eu ser uma Rainha de comunidade. Mas elas me encantam. Até hoje elas são reconhecidas como eternas Rainhas da Sapucaí. E não dá para diferenciar as Rainhas, porque cada uma tem seu brilho e eu gosto de um pouquinho de cada coisa das Rainhas atuais.
O que os torcedores da Beija-Flor podem esperar do desfile deste ano?
A Beija-Flor vai passar por carnavais que eu não participei. Então, até eu quero ver os enredos e vai ser uma surpresa pra mim. Vou estar lá para ter essa sensação dos enredos passados que eu nem era nascida. Mas podem esperar uma Beija-Flor maravilhosa, rica, luxuosa, leve e com tudo impecável. A Beija-Flor vai fazer um ótimo Carnaval.
A Beija-Flor vai para brigar pelo título?
Vai, sim. Eu sou suspeita pra falar (risos). Ainda mais que ela vai falar dela. São 70 anos de escola. A agremiação toda está dando seu máximo. Vamos entrar na Avenida para brigar pelo título.
O que você faz para manter a boa forma? Algum treinamento especial para o Carnaval?
Malho na minha academia. Eu, nessa época, praticamente moro na academia, gosto de intensificar meus treinos com a ajuda de um personal trainer, uma nutricionista e esteticista corporal e facial. Eu me limito mais quando vai chegando mais próximo.
Como você lida com o assédio masculino no meio do samba?
Graças a Deus, eu sei lidar muito bem com isso. Sempre me saí bem. Antigamente, quando eu era mais nova, eu ficava com medo, com receio, não dava resposta, ficava acanhada. Coisa de adolescente. Mas eu aprendi a me defender, sou respeitada onde eu vou, onde eu chegue e não dou nem liberdade pra nenhuma gracinha. E se tiver, eu boto a boca no trombone, porque eu sou dessas, rodo minha baiana (risos).
Seu marido, Drigão Henriques, sente ciúme de você desfilar no Carnaval?
Ele lida muito bem com o assédio, ele me conheceu assim. Me apoia demais, não tenho problema nenhum com ele em relação a isso. Pelo contrário.