Temer enviará recursos federais para combate à criminalidade no Rio

Em entrevista ao Informe, presidente promete investimentos para apoiar interventor mas afirma que governo estadual já tem 'verba disponível para os primeiros passos'

Por PAULO CAPPELLI

Temer se reuniu sábado com o governador Luiz Fernando Pezão, no Palácio Guanabara, Zona Sul do Rio
Temer se reuniu sábado com o governador Luiz Fernando Pezão, no Palácio Guanabara, Zona Sul do Rio - Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia

Rio - O presidente Michel Temer falou com exclusividade ao Informe sobre a intervenção federal na Segurança do Rio. Sem especificar valores, garantiu que a União fará investimentos para dar suporte ao trabalho do general Braga Netto, interventor nomeado. Mas afirmou que o governo estadual "já tem verba disponível para os primeiros passos". O presidente diz que optou pela intervenção ao ver imagens da violência no Carnaval e a "desarticulação" no combate ao crime — espécie de eufemismo para a ineficiência do Palácio Guanabara. Ao fazer a afirmação, esvazia o discurso do governador Pezão, que reivindicara para si a autoria do pedido de intervenção federal. As perguntas foram enviadas a um assessor de Temer e respondidas por áudio pelo presidente via WhatsApp. Por conta disso, a Coluna não pôde fazer tréplicas.

O DIA: Dada a crise na Segurança Pública do Rio, boa parte da população esperava pela intervenção já há algum tempo. Por que o senhor decidiu tomar essa medida agora?

Michel Temer: Nós tivemos, por mais de um ano, uma presença significativa da União por meio da Força Nacional e das Forças Armadas. É claro que deu algum resultado, mas não deu resultados suficientes. Na verdade, a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o chamamento das Forças Armadas e da Força Nacional, não foi suficiente para conter a criminalidade no Rio de Janeiro. Nestes últimos dias, as imagens da violência no Carnaval e a desarticulação que se verificou é que me levaram a pensar na intervenção parcial, ou seja, apenas na área da Segurança Pública. Registro que foi uma intervenção cooperativa, porque antes eu chamei o governador Pezão e disse que precisava decretar a intervenção. Ele concordou e até incentivou e aplaudiu.

A intervenção não poderia ter ocorrido antes?

Não poderia. Em face das razões que apontei na primeira resposta. O momento agora foi oportuno.

Haverá novo aporte de recursos federais, de investimentos, para subsidiar a atuação do interventor, o general Braga Netto? Se sim, de que forma a verba será usada? Há algum valor definido?

O interventor Braga Netto vai comandar a área de Segurança Pública e, evidentemente, já há verba disponível nos cofres estaduais para os primeiros passos. Mas vamos enviar e aplicar recursos suficientes para o general poder cumprir adequadamente a tarefa de combate à criminalidade.

Quais as metas da intervenção? O que mudará na rotina da população?

A meta é eliminar substancialmente a criminalidade no Rio de Janeiro. Agora, devo esclarecer que essas coisas não acontecem de um dia para o outro. É preciso toda uma organização, estruturação ou reestruturação. É preciso aguardar as primeiras ações do grupo nomeado pelo interventor para depois aparecerem os resultados. Essa pergunta é importante para evitar a impressão de que, decretada a intervenção, já está combatida a criminalidade. O combate à criminalidade virá pouco a pouco, e os resultados aparecerão lá adiante. Com o tempo, a população deverá se sentir mais segura e tranquila.

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