Prefeitura do Rio não garante antecipação de salário de maio

Depósitos antes do prazo vêm sendo feitos desde janeiro pelo governo municipal

Por PALOMA SAVEDRA

Sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova
Sede da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova -

Em reunião ontem com o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Município do Rio de Janeiro (Mudspm), o secretário da Casa Civil, Paulo Messina, não garantiu a antecipação do pagamento do salário de maio depositado em junho. Pelo calendário oficial do município, o prazo para o funcionalismo receber é o quinto dia útil. E, desde janeiro deste ano, o governo adiantou o crédito.

No encontro com os representantes das categorias, Messina afirmou que a antecipação dos salários foi viabilizada devido à arrecadação com o IPTU, especificamente com a cota única. Assim, não há ainda uma previsão de receita para assegurar o pagamento antes do quinto dia útil do mês de junho.

Apesar disso, a política de quitar os vencimentos do funcionalismo antes da data limite estipulada em cronograma continua no horizonte da prefeitura. Essa medida vem sendo adotada após o prefeito Marcelo Crivella alterar, em decreto de dezembro de 2017, o calendário de pagamentos de salários.

Antes do decreto, os inativos e pensionistas recebiam no primeiro dia útil, e os ativos no segundo dia útil. Agora, o prazo para o depósito de todos os vínculos é o quinto dia útil.

Essa regra vale até julho (folha de junho). Depois, Crivella vai editar outro decreto, e há possibilidade de ele retomar o calendário antigo, ou estipular o segundo dia útil como prazo único. A decisão dependerá do quadro financeiro do Rio.

Mudanças na previdência em debate

Outro tema que vem sendo debatido entre as carreiras e a Prefeitura do Rio é a mudança das regras na previdência. O governo enviou na semana passada à Câmara dos Vereadores o projeto de lei complementar que prevê o desconto previdenciário de 11% sobre aposentados e pensionistas que ganham acima de R$5.645,80 (teto do INSS). Atualmente, nenhum inativo do município contribui.

Nova versão garante andamento de projeto

A nova versão da proposta de reforma na previdência não estabelece a obrigação de o Legislativo e o Tribunal de Contas do Município (TCM) para que o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), e os demais vereadores dessem andamento ao projeto na Casa. Diziam que havia riscos de o Legislativo estourar limite de gastos com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Governo ainda sem maioria

Por enquanto, a base do governo não crava ter maioria para aprovar o projeto. Mas acredita que, até o dia de o texto ir ao plenário, conseguirá o aval para a proposta, lembrando como se deu a votação do aumento do IPTU. Com a taxação de inativos, o Município do Rio calcula que terá R$ 38,6 milhões a mais de receita previdenciária ainda este ano.

Servidores prometem reagir

O funcionalismo municipal, por sua vez, vai pressionar o Legislativo e o governo para que a reforma previdenciária não passe. E nesta quinta-feira os servidores da Educação farão paralisação e assembleia para decidir os rumos do movimento. Em seguida, haverá ato na prefeitura organizado pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Município.

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