Darlan Cunha volta ao ar como Laranjinha na miniss�rie 'Cidade dos Homens'

Ator tamb�m revela que j� foi v�tima de racismo

Por O Dia

Darlan CunhaDivulga��o

Rio - �A miniss�rie deveria ter muito mais cap�tulos do que ela tem�, afirma Darlan Cunha, o Laranjinha, um dos protagonistas de �Cidade dos Homens�, que volta ao ar hoje, em quatro cap�tulos, na Globo. Depois de 12 anos, os amigos Darlan Cunha e Douglas Silva voltam a interpretar os famosos personagens Laranjinha e Acerola, grandes amigos, agora pais de dois meninos, Davi (Luan Pessoa) e Clayton (Carlos Eduardo Jay), respectivamente.

Afastado da TV desde 2010 � quando participou de �Papai Noel N�o Existe�, especial de fim de ano da Globo �, Darlan tem investido tamb�m em outras frentes. �Sou s�cio de uma hamburgueria e de uma pizzaria�, explica. Mesmo fora da TV, Cunha sempre foi um ferrenho cr�tico da aus�ncia do �Cidade dos Homens� na grade da Globo durante todos esses anos. �Sempre que encontrava algum diretor falava: �Mas voc�s s�o loucos, n�o t�m por que acabar com o programa��, lembra.

POUCO TEMPO DE GRAVA��O

Parte do descontentamento de Darlan est� no tempo destinado a gravar a produ��o. Foram 11 dias. �Quando soube disso foi um banho d��gua fria. A gente sempre espera um processo maior. Quando fizemos as outras temporadas, t�nhamos tr�s meses de ensaio. E sab�amos que �amos filmar durante uns tr�s meses. Era um processo muito maior e intenso de trabalho. A gente ia l�, relaxava mais, se conhecia mais. Aqui foi tudo muito r�pido. Come�amos a ensaiar, a� escolheram os meninos, come�amos a ensaiar, gravamos e acabou�, compara.

Mas Cunha explica que isso tudo foi um acordo entre a Globo e a coprodutora O2 Filmes. �Eles (Globo) desenrolaram e a O2 falou assim: �Para fazermos �Cidade dos Homens� � n�o sei quantos mil reais�. A� a Globo falou: �A gente s� tem um pouquinho. Ent�o a gente produz aqui mesmo, rapidinho, pequeno e a� faz bem feito��, conta.

Darlan com Douglas SilvaDivulga��o

FASE DIF�CIL

Apesar de tudo isso, a produ��o voltou e isso o alegra muito. �� um trabalho muito rico para a gente e para os meninos�, frisa o ator, de 28 anos. Mas nem sempre ele via com responsabilidade o atual of�cio. No come�o da carreira era bem diferente. �Rolou uma confus�o na minha transi��o de adolescente para adulto. Quando fui me dar conta, j� era grande. Eu precisei desse tempo para amadurecer. Era jovem e me prejudicava na minha profiss�o por chegar atrasado, sair � noite, por �N� coisas. De uns anos para c� eu vi que � o teatro, cinema, televis�o que eu quero. � atuar o que eu sei fazer. Eu nem tentei fazer outra coisa. Novela seria uma boa, daria um destaque�, salienta.

MAIS RESPONS�VEL NO SET

Essa responsabilidade foi levada a ferro e fogo no set de grava��o. Principalmente, porque eles s�o praticamente os �nicos que restaram da linha de frente do seriado antigo. �Hoje em dia a gente tem total responsabilidade, n�o s� a equipe � nova, como o diretor � novo. A responsabilidade de meio que guiar o set e demonstrar para as pessoas o quanto � s�rio, � nossa. Nos tocamos disso, eu e o Douglas. Fal�vamos disso nos ensaios, diz�amos que tem que partir da gente, porque para eles isso aqui � novo, para os meninos � novo. As pessoas n�o respeitam como a gente respeita, eles n�o tem o mesmo carinho que a gente tem�, afirma.

Prova disso era quando Cunha, no meio do set, pedia sil�ncio para a grava��o ou, se algo n�o estava legal, ele falava: ��, isso aqui n�o � novela, n�o. � �Cidade dos Homens��. Ou quando virava para o diretor Pedro Morelli e enfatizava, em um tom risonho, mas s�rio: �Est� novelizando a s�rie�. Darlan Cunha explica sua atitude. �Eu apavoro (risos). Coloco bastante pilha para n�o perder essa ess�ncia. Agora � um produto da casa. Mas a gente � underground e esse � o programa mais p� no ch�o que a Globo passou at� hoje�, acredita.

MENOS RACISMO NA S�RIE

O que ser� diferente das temporadas anteriores � o enfoque no racismo. O tema fica de coadjuvante na produ��o. Darlan n�o gostou nada disso. �Eu discuti sobre o roteiro, falei que tinha pouco sobre a quest�o do racismo. Mas tem os problemas que temos enfrentado ultimamente, como saude p�blica. Ou quest�es pol�ticas que sofremos hoje. Ampliou o leque. Antigamente o programa tinha um ataque mais direto. A gente n�o est� atacando mais diretamente, mas est� falando do cotidiano de qualquer brasileiro. Todo mundo vai se identificar�, contextualiza. �Mesmo sendo famoso ainda passo por situa�oes de racismo. Sou motociclista, sofro o racismo a cada sinal. � normal, a gente vai se acostumando, trata com ironia. Outro dia estava passando mal no aeroporto e uma mulher se afastou, meio que para n�o encostar�, completa.

REFER�NCIA PARA JOVENS

Segundo Cunha, o fato de ter uma s�rie com jovens protagonistas negros e mostrando a realidade de uma comunidade tem uma grande refer�ncia para quem mora nesses locais. �� bom saber que eu tive a oportunidade de mostrar para os meninos e talvez eles pensem: �Olha, ele conseguiu, comprou uma moto. Caramba. Ele � dono da pizzaria, da hamburgueria. Eu posso tamb�m�. � bom ter eu, o Douglas, o Luan, o Cadu, � um come�o. Depois desses quatro que v�o surgir mais quatro, e j� s�o oito, depois outros e s�o 16. E que assim seja�, torce.

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