Nil�polis e S�o Crist�v�o ainda s�o s� orgulho

Moradores desfilam com camisas da Beija-Flor e Tuiuti e se sentem representados pelas escolas

Por JONATHAN FERREIRA

Gilson Almeida foi aplaudido nas ruas ao usar camisa da Tuiuti
Gilson Almeida foi aplaudido nas ruas ao usar camisa da Tuiuti - Marcio Mercante / Agencia O Dia

A Beija-Flor e a Para�so do Tuiuti, campe� e vice do Carnaval carioca, respectivamente, fizeram a alegria dos torcedores das escolas por utilizarem os seus desfiles para dar visibilidade �s mazelas sociais. A postura adotada pela agremia��o, de abordar um enredo com tom cr�tico, foi muito elogiada pelas ruas de Nil�polis, na Baixada Fluminense. Na cidade, n�o faltaram moradores usando camisas da Azul e Branca para expor sua paix�o. Em S�o Crist�v�o, o segundo lugar da Para�so do Tuiuti foi o assunto do dia nas ruas. Sobraram elogios ao trabalho do carnavalesco Jack Vasconcelos e � garra da comunidade. A alegria e o samba no p� dos componentes foram apontados como fatores determinantes.

Com sua camisa da Para�so do Tuiuti, o relojoeiro Oswaldo Luiz Muniz, 65 anos, estacionou o carro pr�ximo � Rua Emancipa��o, como faz todos os dias antes de iniciar seu trabalho. No entanto, para a sua surpresa, ontem a recep��o nas ruas foi diferente. "Ao atravessar, um carro preto com vidro escuro buzinou para mim. Estranhei. Foi, ent�o, que o motorista abaixou o vidro e aplaudiu a minha camisa", contou orgulhoso. Ele elogiou o samba-enredo e ressaltou o trabalho da equipe de Carnaval, que fez desfile de alto n�vel, mesmo com or�amento mais baixo do que as escolas consideradas grandes.

Membro da bateria da escola h� 25 anos, Muniz, relembrou antigos carnavais, quando desfilou na Avenida Rio Branco. "A escola j� passou por momentos dif�ceis, mas a for�a da comunidade faz a diferen�a. Vamos nos manter como escola do Grupo Especial", festejou.

Os clientes da barbearia do Eric da Silva, pr�ximo ao Morro do Tuiuti, passaram a tarde falando sobre o enredo, que abordou o tema da escravid�o no pa�s, comparando a Reforma Trabalhista a um retrocesso como o trabalho escravo. Uma das alegorias trouxe a Carteira de Trabalho.

Comunidade est� em festa

As ruas de Nil�polis estavam repletas de moradores orgulhosos com o 14� t�tulo da escola no Grupo Especial. O enfermeiro H�rcules Alves, de 50 anos, n�o teve d�vidas ao escolher a camiseta da Beija-Flor para ir ao trabalho. Ele j� planejou levar a fam�lia para assistir, amanh�, ao desfile das campe�s. "A comunidade est� em festa. O enredo representou muito bem a realidade que enfrentamos com a viol�ncia e a roubalheira dos pol�ticos", elogiou.

As alegorias da Azul e Branca com atores encenando situa��es de viol�ncia foram muito elogiadas. "O desfile foi maravilhoso. Toda vez que a escola conta a realidade do povo ela � campe�. No s�bado vou curtir o desfile aqui na cidade com a minha fam�lia", destacou a rodovi�ria Mel Tadeu Reller da Silva, de 46 anos. Moradora da Pavuna, ela lembra que a agremia��o entrou na sua vida por influ�ncia de parentes. "Sou Beija-Flor desde crian�a. Minha fam�lia est� em festa com mais um t�tulo", afirmou.

J� o pedreiro Alfredo Jos� Santos, conhecido como Arataca, prometeu voltar a desfilar pela escola do cora��o no ano que vem. "O enredo traduziu a rotina do povo trabalhador. A comunidade fez a diferen�a durante o desfile. A Beija-Flor foi, na Avenida, a Beija-Flor de sempre", festejou o foli�o. A agremia��o encerrar� a noite do Desfile das Campe�s, entrando, na madrugada de domingo, na Marqu�s de Sapuca�.

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