Rio - O Fluminense está muito perto de reencontrar um velho amigo: o Maracanã. Mas até que ponto atuar no estádio, palco do jogo contra o Nova Iguaçu, domingo, às 19h30, será a melhor decisão? Com média de quatro mil pessoas por rodada neste Campeonato Carioca, a expectativa é de pouco público e mais um prejuízo financeiro na competição.
Somados os torcedores nos jogos da Taça Guanabara e da Taça Rio, o Fluminense só teve público acima de cinco mil pagantes nos clássicos: empate em 0 a 0 com o Botafogo (8.538), vitória por 4 a 0 sobre o Flamengo (15.884, em Cuiabá) e empate em 0 a 0 com o Vasco (6.463). Fora os duelos com os tradicionais rivais, a média cai para 1.176 pessoas por partida.
Diretor esportivo de futebol do Fluminense, Paulo Autuori não acredita que o Carioca tenha vida longa. Justamente pela falta de público nos estádios.
"Não há mais espaço para os campeonatos estaduais da maneira como são disputados. A média de público é ridícula. Eu saí do futebol carioca, voltei e os problemas são os mesmos. Falta de estádio, falta de público, profissionais ignorados, jogos tarde, crianças sem podem ir aos jogos, devido aos horários... Não dá. São jogos todos os dias, quem tem poder aquisitivo para isso? A violência que temos aí... É inexorável o fim dos estaduais. Estamos perdendo tempo e postergando isso", disse Autuori, Globoesporte.com.
O dirigente também criticou o futebol brasileiro como um todo. "O 7 a 1 (na Copa do Mundo) não representava a distância que existe do futebol europeu com a gente aqui. As federações são filhotes da CBF", observou.