Polícia investiga novos casos de abuso sexual por coordenador da base santista

Há pelo menos mais duas atletas que também teriam sido abusadas sexualmente, de acordo com os investigadores

Por ESTADÃO CONTEÚDO

Santos - A Delegacia de Repressão e Combate à Pedofilia investiga novos casos de abuso sexual dentro do Santos após denúncia feita por Ruan Patrick Aguiar de Carvalho contra o coordenador das categorias de base do clube, Ricardo Marco Crivelli, conhecido como Lica. A informação do primeiro caso foi divulgada pelo jornal 'Folha de S.Paulo'.

Nesta quarta-feira, uma nova testemunha prestou depoimento em São Paulo e existem pelo menos mais duas "vítimas em potencial", ou seja, atletas que também teriam sido abusadas sexualmente, de acordo com os investigadores. Essa nova testemunha informou à polícia que esteve no mesmo local do suposto crime delatado por Ruan e que também teria sido assediado.

O local é a residência de um antigo empresário do jogador, fora das dependências do clube. O crime teria acontecido em 2010, quando Ruan tinha 11 anos. A idade da nova testemunha não foi revelada. Ruan registrou um boletim de ocorrência na última sexta-feira (13) e as investigações estão sendo conduzidas sob sigilo de Justiça.

Adriano Vanni, advogado de Lica, diz que o seu cliente é inocente. "Ele nega peremptoriamente, é o maior interessado em demonstrar a verdade. Já o coloquei à disposição da autoridade policial para ser ouvido. O que nos deixa tranquilos é que a delegacia que investiga o caso é especializada em crimes de pedofilia. Quem atende é expert no assunto. Temos certeza e convicção de que vão descobrir a verdade e ele (Lica) é inocente", disse.

O presidente do Sindicato dos Atletas, Rinaldo Martorelli, destaca que a entidade lidera uma campanha contra casos de assédio sexual no esporte. "Recebemos a informação sobre o caso na sexta-feira, mas não de forma oficial do atleta. Soube, inclusive, que haveria registro do B.O. e abertura de inquérito. O assunto é delicado e temos duas posturas. Primeiro, vamos acompanhar a apuração do caso. A partir da abertura do inquérito, nosso corpo jurídico vai ficar em cima e acompanhar. Estamos trabalhando nisso (combate à pedofilia) há mais tempo e isso mostra a importância do nosso trabalho", disse.

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