Vinicius Jr. fala sobre altos e baixos: 'Os torcedores esperam muito de mim'

'Falo muito com meu pai sobre o fato de que mesmo Messi, Cristiano ou Neymar podem ter um jogo ruim. Por que n�o posso ter um jogo ruim?', indagou o jovem do Flamengo

Por O Dia

Vinicius Junior em ação pelo Flamengo
Vinicius Junior em ação pelo Flamengo -

Inglaterra - Vinicius Junior, promessa do Flamengo vendida para o Real Madrid, falou sobre a pressão da torcida e da mídia por um bom desempenho nas partidas. Em entrevista ao jornal britânico 'The Guardian', o jovem também comentou sobre o medo de terrorismo na Europa, casos de racismo no futebol, saída de sua família de São Gonçalo e esperança de jogar a Copa do Mundo.

"Os torcedores esperam muito de mim, ainda mais agora que sabem que eu fui vendido para o Real Madrid. Eu preciso entender todas as situações. Falo muito com meu pai sobre o fato de que mesmo Messi, Cristiano ou Neymar podem ter um jogo ruim. Por que não posso ter um jogo ruim?", indagou Vinicius.

O garoto do Flamengo também demostrou medo em relação a um possível caso de terrorismo na Europa: "Estou preocupado com o terrorismo porque eu não sei o que fazer, onde correr, não é um problema que pode ser previsto, é muito difícil", explicou.

Sobre racismo no futebol, Vinicius Junior lamentou que ainda exista esse problema, principalmente com sua família. "É muito triste. O futebol pode ter um problema com o racismo maior do que a própria sociedade, porque há muita inveja no futebol e minha família sofre muito. Eu não sofro abuso racista diariamente porque as pessoas me conhecem, mas minha família sofre isso. Eu acho que a Fifa poderia reagir mais fortemente quando há um problema, há muitas crianças assistindo futebol e elas só querem ver um bom jogo, não o racismo. É um problema ruim que afeta o jogo e nossa sociedade", afirmou.

Natural de São Gonçalo, Vinicius demonstrou felicidade ao falar de ter tirado a família da cidade. "Tirar minha família de São Gonçalo é uma das melhores decisões que eu tomei na minha vida. Eu vivi lá por 13 anos e sei como é difícil. Vi muitos tiroteios porque eu morava perto de uma favela, temia pelo meu irmão, pelo que poderia acontecer com ele", pontuou o jovem de 17 anos.

Vinicius Junior comentou sobre o seu sonho de disputar a Copa do Mundo: "É um grande sonho, mas a esperança é a última que morre. Eu ainda estou sonhando sobre ir à Copa do Mundo. No dia 14 de maio, eu estarei em casa vendo televisão e esperando meu nome aparecer. Eu conheci Ronaldinho e ele me disse que um jogador jovem sempre vai com a Seleção. Eu estou aqui jogando no Flamengo. Se Tite precisar de alguém, estou aqui".