rio - Justamente quando o bairro da zona norte do Rio voltou ao cenário brasileiro graças à novela da TV Globo, o Bonsucesso também conseguiu se reintegrar ao futebol brasileiro. Ao se classificar à final da Copa Rio - o primeiro jogo da final contra a Portuguesa será quarta-feira, às 15h, em Moça Bonita -, o clube se garantiu numa competição nacional após longos 36 anos. E, assim como na ficção, o roteiro conta com muita emoção, drama, história incrível e até mesmo um herói improvável.
Logo nos primeiros capítulos, os fiéis torcedores do Bonsucesso viram uma história leve e alegre com a invencibilidade de 10 jogos - entre Copa Rio e Série B do Carioca -, igualando recorde do clube de 1927. Mas também houve uma reviravolta surpreendente. O técnico Luciano Quadros deixou o clube na liderança para defender o Sampaio Corrêa, na zona de rebaixamento, mas voltou um mês depois para substituir Emanoel Sacramento, demitido com seis vitórias e um empate, após discutir e balançar as partes íntimas em direção aos torcedores durante um jogo.
E como não poderia deixar de acontecer num roteiro de novela, o drama para dar mais emoção trouxe também um herói improvável. O zagueiro Emerson teve que ir para o gol após a expulsão do goleiro Caio no fim do jogo e garantiu a classificação à semifinal da Copa Rio ao pegar nada menos do que três cobranças na decisão por pênaltis contra o Maricá.
"Foi experiência única. Só uma vez no rachão que eu havia agarrado aqui no Bonsucesso. Quando nosso goleiro foi expulso, falei pro treinador que iria para o gol, estava confiante. Não peguei a cobrança no tempo normal, mas peguei as três na disputa por pênaltis. Conversei com nosso preparador de goleiros e o treinador, eles me passaram para esperar, escolher um canto e pular. O mais engraçado é que acertei todos os cantos. Espero que não precise ir nunca mais para o gol", brincou Emerson.
Goleiro fez de Bonsucesso sua casa
Também não poderia faltar um caso de amor e superação. Expulso nas quartas de final, Caio só pôde jogar a segunda partida contra o Boavista. E, depois de ver o zagueiro ser herói, o goleiro também teve o seu grande momento ao, de novo na decisão por pênaltis, pegar uma cobrança e ajudar a garantir a tão sonhada vaga na final em cima de um adversário muito mais forte no cenário carioca. Foi a chance de Caio retribuir uma relação de carinho com o Bonsucesso.
"Fico muito feliz porque tenho carinho grande pelo Bonsucesso. Fiz minha base no Flamengo, fiquei sete anos lá e, quando saí (2013), vi outra realidade. O Bonsucesso abriu as portas para mim, essa é minha terceira passagem por aqui e colocá-lo no cenário nacional depois de 36 anos é muito gratificante. Fiquei feliz, chorei bastante. Foi bem mágico, até porque quando fui expulso nas quartas de final pensei que estava tudo perdido", afirmou Caio.
O final dessa história do Bonsucesso em 2019 ainda tem alguns capítulos pela frente para ser ainda mais feliz. "Foram fortes emoções. Tivemos que fazer a nossa novela aqui também, né? Com todo drama e final feliz", comemora Caio.