Fazer o auxílio de R$ 600 chegar a quem não faz parte de programas como o Bolsa Família nem está no Cadastro Único (CadÚnico), programa do governo que identifica as famílias de baixa renda, é mais difícil do que parece. Entre economistas, é quase consenso que o benefício para desempregados, autônomos e informais de baixa renda é fundamental para evitar o colapso de milhões de famílias, que ficaram sem rendimento durante o isolamento social. Mas fazer esse dinheiro chegar às mãos dessas pessoas é uma verdadeira via crucis.
Primeiro porque elas precisam ser identificadas. Depois é fazer o pagamento, e é onde surge um novo problema: mais de 5,5 milhões com renda de até meio salário mínimo, elegíveis para receber o benefício, não têm conta em banco ou acesso à internet, mostra pesquisa do Instituto Locomotiva, para a Agência Estado. Parcela quase invisível da população, são essas pessoas que correm o maior risco de não receber o auxílio.
"Tenho 60 anos e estou desempregada. Meu celular, que já era velho, quebrou. Não consigo fazer o cadastro", lamenta a doméstica Iara da Silva Flores, um dos exemplos dos milhões de invisíveis.
Caixa atualiza aplicativo
A Caixa Econômica anunciou nova atualização do aplicativo Caixa Auxílio Emergencial, que lida com a ajuda de R$ 600. Ontem foi liberada para o sistema Android e hoje será a vez do iOS. A meta é permitir que o usuário conteste benefícios negados e refaça o cadastro com a correção de dados. Amanhã, trabalhadores informais e pessoas inscritas no CadÚnico nascidas em janeiro e fevereiro receberão a 2ª parcela de R$ 600 (R$ 1,2 mil para mães solteiras).