A era dos cinemas drive-ins está de volta. O Rio, que já teve o Cine Lagoa Drive-In (1966-1993), o Jacarepaguá Auto Cine (1979-1984) e o Ilha Auto Cine (1975-2007), se prepara para novas iniciativas, sendo três na Zona Oeste, que prometem um alento aos cariocas em tempo de pandemia, quarentena, lives e streaming. Estão prestes a entrar em cartaz o LoveCine Drive-In (estacionamento Jeunesse Arena, a partir de 28 de maio); o Dream Park (em julho, sem endereço definido); e, no fim do mês, a telona da Cidade das Artes.
Com capacidade para 150 automóveis, o drive-in da Cidade das Artes se propõe a exibir, em sua maioria, longas cômicos. A estreia deve ficar por conta de Deus é brasileiro, de Cacá Diegues. Para garantir todas as regras de isolamento, as compras de comidas e bebidas serão online.
O LoveCine Drive-In começa a montar as estruturas a partir de segunda-feira, dia 25, na Barra da Tijuca. No momento, segue fechando a programação. André Barros, sócio-fundador da Party Industry, que organiza o cinema, explica que serão 20 dias de programação. A tela será de 14 metros de comprimento por 7 de altura.
Os dias serão temáticos, com opções como 'Sextas Românticas', 'Sábados de Suspense' e 'Domingos de Glória'. A capacidade é para 180 carros por sessão e o ingresso custará R$ 100 por veículo, para filmes, pocket shows e DJs.
No LoveCine, alimentos e bebidas serão entregues por meio de aplicativo. Só informar a vaga do carro e receber o seu pedido com sachê de álcool em gel.
Espera para a estreia
Para Cláudio Romano, CEO da Dream Factory, responsável pelo Dream Park, não faz sentido fazer drive-in agora."O plano é fazer o evento 45 dias depois do pico da cidade, se de fato acontecer como previsto: no dia 20 de maio. Qualquer coisa antes disso, achamos que é um movimento que não está colaborando com o isolamento", afirma. A equipe do Dream Park ainda não fechou o local exato do evento. Só está definido que será na Zona Oeste, com capacidade para cerca de 150 carros. A ideia é fazer o distanciamento entre os carros, com um espaço de 1,5 metro entre os veículos. Além dos filmes, o público poderá assistir a shows, DJs e até a palestras.
Ilha Auto Cine foi o último
Morador da Ilha do Governador, o jornalista José Richard Waichel relembra o Ilha Auto Cine, que foi o último a apagar as luzes. "O saudoso Mauro Silveira tinha a concessão da Aeronáutica e manteve o Ilha Auto Cine funcionando por muitos anos, sempre com bons filmes e segurança. Quando fechou, deixou um vazio que os insulanos sentem até hoje. O dono, Mauro Silveira, um militar da reserva, era um insulano 'baita papo' e conversava com os frequentadores no intervalo das sessões. Era um programa muito bom assistir aos filmes. A imagem era boa e o som vinha dos alto-falantes que eram colocados dentro dos carros".