Na sala do delegado Thiago Neves, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), um quadro de "Bastardos Inglórios" se destaca. O filme de Quentin Tarantino, de 2009, narra a fictícia saga de um grupo nos bastidores da 2ª Guerra Mundial para acabar com nazistas, usando extrema violência. Mas, ao contrário deles, é por meio do foco na inteligência que a unidade "caça" milicianos.
A estratégia reflete na produtividade. No primeiro bimestre deste ano, o número de prisões em flagrante triplicou em relação ao mesmo período de 2021. Ainda no mesmo intervalo de análise, o número de pedidos de prisões preventivas à Justiça foi o dobro.
"Apreendemos grande quantidade de celulares e aumentamos os pedidos de quebra de sigilo. Isso é material que será investigado e irá gerar mais prisões e conclusões de inquéritos", afirmou Neves.
O delegado, que já foi capitão da Polícia Militar, tem no currículo passagens no combate à lavagem de dinheiro e na Subsecretaria de Inteligência (Ssinte). "A passagem na Ssinte agregou fundamentos e ferramentas de inteligência para o aprimoramento de investigações", ressaltou.
Uma das prisões mais expressivas foi a de parte da cúpula da milícia de Rio das Pedras. Segundo o delegado, diversas ações de inteligência foram executadas, inclusive na favela, desde o início do ano. Sem tiros, seis foram presos, incluindo Fabiano Cordeiro Ferreira, o Mágico, um dos chefes da organização.