Assim que o BRT foi criado, a professora Vivian Zettermar, de 44 anos, moradora de Pedra de Guaratiba, passou a ser passageira frequente. O transporte virou o seu único meio de ida ao trabalho na Barra da Tijuca. Com a precariedade do sistema, as viagens viraram um sufoco.
Emilena Moraes, de 34, mora em Santa Cruz e trabalha num restaurante japonês na Barra. Ela também precisa pegar o BRT todos os dias. Vivian e Emilena acreditam que a "VLTzação", projeto anunciado pelo prefeito Eduardo Paes na quinta-feira, não é o jeito mais prático para resolver a mobilidade na cidade. Elas pedem mais linhas de ônibus na região do BRT para que, assim, não fiquem dependentes apenas desse tipo de transporte.
"Em primeiro lugar, tinha que ter outras linhas para ter essa opção de VLT também. Caso contrário, vai virar a mesma coisa. Um transporte cheio de gente, precário e com vários problemas", opinou Vivian. "Outra coisa é que o VLT é muito devagar. Aqui não dá para ser na mesma velocidade".
Vivian lembra que, quando o BRT foi inaugurado, os carros eram bem equipados e tinham ar condicionado. "Hoje não tem mais nada disso", criticou Vivian.
Emilena reclama muito da falta de manutenção do BRT. "Sendo bem sincera, quando o BRT chegou era às mil maravilhas. Agora, virou um pesadelo. Está tudo quebrado, parece que não dá vazão. Vive cheio", observou. "Eu nunca peguei o VLT e não sei como funciona, mas se eles quiserem implantar aqui, precisa ser mais veloz".
"Depois que eles fizeram o BRT, tiraram nossas opções de outros ônibus e somos dependentes quase total disso aqui. Dia ou outro quebra, tem greve, falta de manutenção e como o trabalhador fica nessa história?", indagou. "Para dar vazão, vai precisar ter muito mais trem de VLT", disse.