Rio - O julgamento de Flordelis dos Santos de Souza e outros quatro réus pela morte do pastor Anderson do Carmo teve início às 11h no Tribunal do Júri, no Fórum de Niterói. A primeira testemunha a ser ouvida foi a delegada Bárbara Lomba, que foi titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) na época do crime. Em depoimento, ela relembrou a relação conturbada da família e as questões dos privilégios vivenciados pelos filhos biológicos da pastora.
Durante a sessão, Flordelis, assim como a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues; os filhos afetivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira; e a neta Rayane dos Santos Oliveira, estavam vestindo calça jeans e blusa branca. Durante a leitura da denúncia, Marzy ficou bastante emocionada, enquanto a ex-parlamentar permaneceu o tempo todo de cabeça baixa, e alternou entre momentos de choros e orações, com mãos juntas em forma de prece. Enquanto os advogados faziam uma barreira em volta dos réus na tentativa de impedir que eles fossem fotografados pela imprensa.
Durante a sessão, Flordelis, assim como a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues; os filhos afetivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira; e a neta Rayane dos Santos Oliveira, estavam vestindo calça jeans e blusa branca. Durante a leitura da denúncia, Marzy ficou bastante emocionada, enquanto a ex-parlamentar permaneceu o tempo todo de cabeça baixa, e alternou entre momentos de choros e orações, com mãos juntas em forma de prece. Enquanto os advogados faziam uma barreira em volta dos réus na tentativa de impedir que eles fossem fotografados pela imprensa.
Antes do início da oitiva da primeira testemunha, a defesa de Flordelis solicitou que a delegada fosse ouvida na condição de informante, já que não conseguiria apontar problemas na própria atuação. O pedido foi recebido com espanto pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), que ressaltou que a delegada não tem interesse em particular no caso e pediu para que ficasse a cargo dos jurados um possível interesse de Lomba. O requerimento foi indeferido pela juíza Nearis dos Santos Arce.
Em seu depoimento, Bárbara Lomba ressaltou que Flordelis chegou a dizer à imprensa que o marido havia sido vítima de latrocínio e que morreu defendendo a família, o que não foi relatado à Polícia Civil. A delegada relembrou ainda que provas do crime foram queimadas dentro do terreno onde a família morava e que os celulares de Anderson, Flordelis e Flávio dos Santos, filho biológico da ex-deputado e autor dos disparos que mataram o pastor, desapareceram.
Na oitiva, a ex-titular da especializada pontuou que a relação familiar era conturbada e que havia grupos entre os parentes, sendo os filhos biológicos e os mais próximos à Flordelis privilegiados, inclusive, na qualidade da alimentação, o que provocava insatisfação entre os membros.
Além do controle de Anderson sobre as finanças da família, a rigidez na educação dos filhos também teriam prejudicado o relacionamento entre eles. Enquanto a ex-deputada era mais maleável quanto aos erros dos filhos, Anderson era mais rigoroso e chegou a proibir que um dos filhos adotivos, Lucas Cezar dos Santos, também condenado pelo crime, voltasse para a casa da família, por conta de seu envolvimento com o tráfico de drogas.
Lomba destacou ainda que Anderson do Carmo, com quem Flordelis foi casada por 22 anos e criou 55 filhos, entre biológicos e adotivos, foi fundamental para a construção da imagem forte da ex-parlamentar na causa social do acolhimento de crianças em situação vulnerável, como pastora e na política.
"Ele foi essencial em tudo o que Flordelis foi se tornando. Os dois, um precisava do outro. Ele foi o ‘empreendedor’ e ela o ‘símbolo’”, disse a delegada.
Além de Bárbara Lomba, ainda serão ouvidos o delegado Allan Duarte, que também conduziu as investigações do crime, e outras 28 testemunhas de acusação e defesa, algumas delas por vídeo conferência. De acordo com a juíza Nearis Arce, a expectativa é que todos eles sejam ouvidos ainda nesta segunda-feira (7) e a sessão vai se estender ao longo de todo o dia.
Acusações
Flordelis é acusada de ser a mandante do crime e poderá responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
Outros réus já julgados e condenados
Em sessão de julgamento que teve início no dia 12 de abril deste ano, se encerrando já na manhã do dia 13, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus. O filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, foi condenado a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; e sua esposa Andrea Santos Maia, a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. O filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, a Vara de Execuções Penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.
Em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói condenou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Ele foi denunciado como autor dos disparos que provocaram a morte do pastor Anderson. Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.
Em sessão de julgamento que teve início no dia 12 de abril deste ano, se encerrando já na manhã do dia 13, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus. O filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues, foi condenado a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; e sua esposa Andrea Santos Maia, a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. O filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, a Vara de Execuções Penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.
Em novembro de 2021, o Tribunal do Júri de Niterói condenou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Ele foi denunciado como autor dos disparos que provocaram a morte do pastor Anderson. Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.