Mais Lidas

MPRJ denuncia dono de creche para animais do Recreio por maus-tratos

Diogo Pinheiro teria se omitido do dever de cuidar da cadela Liloo que morreu com uma infestação por larvas de moscas

Espaço fica localizado no Recreio, Zona Oeste do Rio
Espaço fica localizado no Recreio, Zona Oeste do Rio -
Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Diogo Figueiredo Rocha Pinheiro, dono de uma creche para cachorros, localizada no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, por maus-tratos. A denúncia foi realizada após a morte de uma cadela, chamada Liloo, em janeiro deste ano.
Segundo o MPRJ, o homem se omitiu do dever de cuidar do animal enquanto a cadela estava hospedada no estabelecimento. O órgão apontou que Liloo morreu por causa de uma zoordematose identificada como miíase, ou seja, uma infecção parasitária causada por larvas de moscas. 
Ainda de acordo com o Ministério Público, a investigação informou que o cão teria contraído a miíase durante o período em que estava na hospedagem. Segundo a denúncia, mesmo sabendo da infecção parasitária e da situação de perigo, o denunciado não acionou médico veterinário e se omitiu de cuidar do problema, submetendo o animal a sofrimento considerado maus-tratos por um período mínimo de quatro dias. A cadela morreu logo após ter sido devolvida à sua tutora.

Segundo o laudo pericial, "a cadela Liloo apresentava idade avançada (16 anos) e doenças pregressas, identificadas pelos médicos veterinários que a atenderam e pelos exames, como: doença periodontal grave, alteração renal e tumores mamários sem metástase ou sinais de malignidade. A causa da morte da cadela foi parada cardiorrespiratória, segundo o atestado de óbito. Entretanto, pela análise dos vídeos, fotos, laudos e prontuários, pela grande infestação de larvas e tamanho das mesmas, o Perito Criminal conclui que a miíase ocorreu durante a hospedagem. A presença de miíase provoca sofrimento, dor, risco de infecções e patologias e até mesmo pode levar o animal a óbito. A desídia no tratamento da miíase é considerada maus-tratos.”
A cadela ficou hospedada na creche entre os dias 23 de dezembro de 2021 e 4 de janeiro de 2022. Segundo a tutora do animal, Lillo estava mole e sendo secada por um funcionário no dia da retirada. Ela ainda estava com uma fístula abaixo do olho esquerdo e com a boca cheia de larvas. 
Lillo chegou a ser encaminhada para um hospital veterinário, mas não resistiu e morreu no dia em que deixou a creche. O acusado pode ficar cinco anos preso caso a Justiça aceite a denúncia e ele seja condenado.
Em uma postagem nas redes sociais um dia após a morte, a Creche Cães Fantásticos informou que a tutora comunicou que o cão não tinha comorbidade. O estabelecimento também disse que arcou com os custos da veterinária e acompanhou com todas as providências possíveis. 
A reportagem tentou encontrar a defesa do acusado, mas não obteve sucesso. O espaço está aberto para manifestações.