O alto número de ofertas de imóveis para locação e a pequena quantidade de lançamentos refletem as dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário da Baixada Fluminense a exemplo do que acontece na capital. Um segmento que destoa desse cenário, no entanto, é o dos imóveis de interesse social. Por isso, especialistas ouvidos pelo DIA explicam em que pé está não só o mercado da região como também as expectativas de ofertas de empreendimentos mais populares para 2018.
"A Baixada Fluminense tem se tornado uma boa alternativa em relação a empreendimentos (de interesse social). Lá, a performance foi melhor do que na capital e no resto do estado", avalia Roberto Lyra, consultor técnico do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio).
De acordo com André Barros, diretor da Morar Mais Imobiliária, a perspectiva é de aquecimento no mercado de vendas de imóveis devido, em parte, à melhoria na economia. "Especificamente, a Baixada e a Zona Oeste estão se tornando as meninas dos olhos do setor. Já comercializamos empreendimentos em Itaguaí e Queimados e estamos preparando grande empreendimento próximo a Duque de Caxias, com 1.450 unidades, além de outros dois em Nova Iguaçu, todos dentro do Programa Minha Casa Minha Vida", conta Barros.
Roberto Lyra concorda com a previsão. Ele prevê um 2018 positivo para o mercado de construção na Baixada porque os municípios da região têm adequado e modernizado suas legislações às demandas do setor imobiliário. Isso vem ocorrendo não somente devido a iniciativas próprias dessas cidades como também por conta da integração com a Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio de Janeiro (órgão do governo do estado).
"Acreditamos na retomada e nos sinais que o mercado já deu neste início de ano. O Rio é o segundo maior mercado imobiliário do Brasil, e o seu crescimento ajudará a impulsionar também o setor na Baixada Fluminense", complementa o presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio (Ademi-RJ), Claudio Hermolin.
Locação
Em relação à locação de imóveis, o cenário é parecido com o do Rio. Edison Parente, vice-presidente comercial da Administradora Renascença, explica que, apesar de ter apresentado uma tímida melhora nesse contexto, o mercado está muito aquém das possibilidades. "A grande dificuldade da Baixada diz respeito à comprovação de emprego e renda por causa da grande informalidade empregatícia dos moradores da região. As regras exigidas para locação na Baixada devem ser mais flexíveis ou não se faz negócio".