'Ele analisava todas. Poderia ter sido eu', diz vizinha de serial killer

Mulher relatou comportamento de assassino da Baixada. Ex-marido de comparsa tem medo de rea��o em bairro

Por O Dia

Rio - Uma das vizinhas de Sailson Jos� das Gra�as, acusado de matar 43 pessoas nos �ltimos nove anos, detalhou o perfil do serial killer da Baixada. E.C., 29 anos, definiu Sailson como uma pessoa estranha. "Ele ficava no port�o da casa dele olhando as mulheres que passavam, analisando cada uma. Era um olhar intimidador. Eu cheguei a ficar com medo dos olhares, mas nunca imaginei que ele seria capaz de matar algu�m. Eu poderia ter sido uma das v�timas", disse a mulher ao DIA.

E.C. ainda revelou que Sailson, antes de ir morar com Cleusa Barbosa e Jos� Messias em outra casa do bairro Corumb�, em Nova Igua�u, vivia com a m�e e as duas irm�s. As meninas, segundo ela, eram v�timas dos rompantes de viol�ncia do acusado. "H� tr�s anos, ele batia muito nas duas irm�s. Cansei de escutar gritos e ver as meninas chorando no port�o. Uma delas chegou a entrar em depress�o. A m�e, cansada de presenciar as brigas, saiu de casa com elas. Era uma pessoa muito violenta. Ele ficou tr�s meses morando sozinho, at� surgir a Cleusa", contou.

De acordo com o delegado da DH Baixada%2C Sailson Jos� das Gra�as sentia prazer em estrangular as mulheres e se masturbava em seguidaFabio Gon�alves / Ag�ncia O Dia

Ex-marido de Cleusa, o auxiliar de servi�os gerais Francisco Barros de Andrade, 60 anos, relatou que a mulher sempre foi ambiciosa. "� uma pessoa que sempre fez muita quest�o de dinheiro. Acabou estragando a vida dela e a dos outros. Dentro da casa deles, era uma bagun�a. Ela j� morava com o Sailson at� surgir o Jos� Messias", afirmou. Francisco tamb�m demonstrou preocupa��o com a revolta dos vizinhos com o caso. "Durante a visita da pol�cia, algumas pessoas ficaram gritando contra mim porque fui dar assist�ncia aos policiais. Eu n�o tenho mais nada a ver com a Cleusa. Tenho dois filhos, um de 23 e outro de 24 anos, e o mais novo sofre de esquizofrenia. Pedi que eles poupassem meus filhos das ofensas", explicou.

Populares se revoltaram com caso: 'Vamos te matar'

Policiais da Delegacia de Homic�dios da Baixada Fluminense (DHBF) encontraram, na tarde desta quinta-feira, uma faca que teria sido utilizada por Sailson Jos� das Gra�as, acusado de matar 43 pessoas nos �ltimos nove anos, para assassinar suas v�timas. A arma branca estava na resid�ncia que Sailson dividia com Cleusa Balbina e Jos� Messias, no bairro Corumb�, em Nova Igua�u. Durante a busca, feita com a presen�a de Cleusa, populares ficaram revoltados e amea�aram matar os tr�s envolvidos caso eles sejam soltos.

Cleusa levou agentes at� a casa onde residia com Jos� Messias e Sailson. Vizinhos amea�aram mat�-los caso fossem soltosFabio Gon�alves / Ag�ncia O Dia

"N�s vamos te matar. Queremos justi�a! Assassina, monstra! Se soltarem voc�s, n�s vamos matar", gritaram dezenas de moradores, que cercaram o carro da pol�cia durante a dilig�ncia. A faca apreendida, semelhante �s de a�ougueiro, estava com manchas de sangue. Al�m de Cleusa, uma testemunha que teria presenciado um dos crimes de Sailson acompanhou os agentes. Sua identidade foi preservada para n�o atrapalhar as investiga��es.

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O clima no bairro � de revolta. Um morador que n�o quis se identificar informou que vizinhos cogitaram a ideia de incendiar o im�vel onde Sailson, Cleusa e Jos� moravam, mas desistiram da ideia. "Todo mundo est� muito revoltado com o que aconteceu. Depois da morte da F�tima, o Sailson e a Cleusa foram beber em um bar e falaram alto que haviam cometido o crime. Todo mundo aqui ficava desconfiado com ele, por ser muito calado. Agora, j� o chamam por aqui de 'Man�aco do Corumb�'", disse.

'Tinha prazer quando ela se debatia', diz serial killer

"Eu tinha prazer quando ela se debatia, gritava e me arranhava". Foi assim que o serial killer, Sailson Jos� das Gra�as, de 26 anos, tentou justificar as mortes de 38 mulheres nos �ltimos nove anos. Ele confessou ter matado mais quatro pessoas, a mando de sua c�mplice, Cleusa Balbina, e uma crian�a de dois anos. O assassino disse no final da manh� desta quinta-feira que sentia prazer no momento em que tirava a vida das suas v�timas.

Acusado de ser o articulador da morte de F�tima Miranda%2C Jos� Messias tamb�m foi preso. Al�m dele e de Sailson%2C a pol�cia prendeu Cleuza BalbinaFabio Gon�alves / Ag�ncia O Dia

"Eu parava na padaria, numa pra�a, ficava vendo jornal. Olhava para uma mulher e falava: '� essa'. Ia seguindo at� em casa, mas nunca estuprei ningu�m. Mulher pra mim tinha que ser branca, negra n�o, por causa da minha cor. Eu tinha prazer quando ela se debatia, gritava e me arranhava. Eu pensava que eu era meio maluco, �s vezes normal", disse.

Demonstrando muita frieza e calma, Sailson afirmou ser viciado em matar: "A primeira mulher que eu matei foi estrangulada com as m�os. Sentia prazer, gostei! Tinha um desejo muito forte. J� matei umas 38 mulheres, tinha v�cio", garante o serial killer, que se arrepende de apenas um crime. "N�o me arrependo e parar de matar � dif�cil. Saindo da cadeia, voltaria a matar novamente outras 38 mulheres. S� me arrependo no caso da crian�a, mas n�o teve jeito. A crian�a chorava muito e poderia acordar os vizinhos", lembra.

Segundo do delegado assistente da Divis�o de Homic�dios da Baixada Fluminense, Marcelo Machado, Sailson cometia ato libidinoso ap�s matar as v�timas. "Em algumas ocasi�es, ele matava as v�timas e se masturbava ao v�-las de olhos abertos", detalha.

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