Preso � sua hist�ria

Por Fernando Scarpa Psicanalista

Fernando Scarpa, colunista do DIA
Fernando Scarpa, colunista do DIA -

N�o importa que inst�ncia vai soltar ou n�o o "paciente"; ele sempre estar� preso � sua hist�ria, ao passado e �s contraven��es de que participou ao longo da trajet�ria. Um dia encarnou a esperan�a, mudou o discurso radical e chegou � presid�ncia. Aclamado por onde passava, hoje j� n�o � poss�vel transitar pelos mesmos lugares sem ser xingado de ladr�o. Sem cinismo, � um temor deixar o paciente agonizando em pra�a p�blica, recusando lhe dar o rem�dio receitado por duas inst�ncias do judici�rio. � dura a vida.

Tinha sabor de decis�o de Copa do Mundo a peleja no STF. Foi sincera a rea��o dos dois ministros ao resultado do voto da ministra. Ela, mesmo parecendo fr�gil, golpeou a vontade de poder de ambos. Vencidos, babavam enfrentando grosseiramente Rosa e a presidente da Corte. Devem desculpas em p�blico a elas, s�o as Musas do HC. Ficar� na hist�ria, Lula foi finalizado por duas mulheres, � o poder feminino.

Acostumado a arrotar poder, mandou jornalista fazer coisa que n�o deve com a pergunta, reclamou em voto choroso e sumiu de cena. Derrotado e ridicularizado, amea�a passar a vida processando quem ri dele. Decadente fim escolheu Gilmar. Quando tudo parecia perdido, surge Rosa votando fora de ordem: veio com voto misterioso, frisou o valor do colegiado, n�o o dos ministros de partidos e fac��es que desintegram a Corte.

N�o acredito no retorno da pauta da segunda inst�ncia apesar da insist�ncia de alguns com interesse na causa. Marco Aur�lio, sem pudor, junto a Lewandowski advogou para Lula. Tentou de todo jeito mudar o placar. Sem �xito, lamentou apaixonadamente n�o ter trazido antes a pauta. Agora j� n�o h� mais urg�ncia, e os an�nimos encarcerados n�o importam a eles.

A condena��o e pris�o do ex-presidente definem uma era, transforma um tempo, nada ser� como antes. Lula, assim como Collor, o ca�ador que prometeu acabar com os Maraj�s, tornou-se um deles, n�o escapou da sina. Prometeu exterminar a corrup��o e acabou se vestindo dela. Diferente dos impichados Collor e Vana, Lula, como Sergio Cabral, vai ao encontro das grades, pois se transformou no objeto de todo o poder que sempre invejou. Lambuzou-se e se autodestruiu, produzindo o fim pat�tico do partido e de seu grande mentor.

Coment�rios

�ltimas de Opini�o