Cabral diz que anel foi 'presente de puxa-saco' dado para agrad�-lo

Contrapartida ao mimo, segundo Cavendish, teria sido a participa��o da Delta nas obras de reforma do Maracan� para a Copa de 2014

Por O Dia

Rio - O ex-governador do estado, S�rgio Cabral Filho (PMDB), disse que o anel de cerca de R$ 800 mil (220 mil euros) comprado pelo empres�rio da Delta, Fernando Cavendish, para a ent�o primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo, em Nice, "foi um presente de puxa-saco", dado para agrad�-lo. Cabral tamb�m declarou que o empres�rio mentiu no depoimento da segunda-feira,  ao dizer que o objeto foi um "anel de compromisso" com o ex-governador. A contrapartida ao mimo, segundo Cavendish, teria sido a participa��o da Delta nas obras de reforma do Maracan� para a Copa de 2014.

Questionado por Bretas se n�o seria estranho aceitar um presente de t�o alto valor, Cabral respondeu que n�o sabia o seu pre�oM�rcio Mercante / Ag�ncia O Dia

"Esse pobre sujeito est� desesperado por esta acusa��o de ter lavado mais de R$ 300 milh�es. Ele vai mudando a vers�o dele de acordo com os interesses da acusa��o. Ele me deu a oportunidade de dizer ao senhor (juiz Marcelo Bretas) que ele � um mentiroso. Ele me entregou o anel de presente, um presente de puxa-saco, querendo me agradar e que foi devolvido", disse Cabral, em interrogat�rio na tarde desta ter�a-feira, 5, para a 7� Vara Federal Criminal.

Questionado por Bretas se n�o seria estranho aceitar um presente de t�o alto valor, Cabral respondeu que n�o sabia o seu pre�o. "N�o perguntei o valor do presente, seria uma indelicadeza", disse. 

O ex-governador tamb�m negou que o anel tenha sido usado como moeda de troca para a obra. "Ele (Cavendish) est� desesperado com medo de ir para a cadeia de novo. Tenta converter um presente dado um ano antes da licita��o em negociata. Eu devolvi o anel em 2012 e n�o quis mais conversa com ele, rompemos rela��es", comentou Cabral, que afirmou ser "ris�vel" a acusa��o de Cavendish.

O acusado tamb�m disse que os empres�rios que contaram ter repassado propinas para ele "s�o dignos de pena". Tamb�m negou favorecimento em licita��es e voltou a admitir o uso pessoal de caixa dois.

"Nunca recebi propina, nem no Maracan�, nem em nenhuma obra. O que recebi dessas empresas foi colabora��o de campanha e eles misturam colabora��o de campanha com propina", disse.

Nesta ter�a-feira, Cabral compareceu para depor no processo que investiga supostas fraudes em licita��es em obras do Estado, como na reforma do Maracan� e no PAC das Favelas. Tamb�m ser�o interrogados Hudson Braga, ex-secret�rio de Obras da gest�o de Cabral, e empres�rios que tinham contratos com o Estado.

De acordo com o Minist�rio P�blico Federal (MPF), a den�ncia se refere aos pontos de interse��o entre dois supostos esquemas criminosos. Eles s�o investigados nas Opera��es Calicute e Saqueador, "referindo-se especificamente �s tratativas levadas a efeito pelos executivos das empreiteiras Delta, Andrade Gutierrez, Carioca Engenharia, Odebrecht, OAS, Queiroz Galv�o, Camargo Corr�a, Camter e EIT".

As investiga��es abordam suposta fraude nas licita��es de dois conjuntos de obras executadas pelo governo do Rio com recursos federais, "al�m da forma��o de grupo cartelizado que atuava para eliminar a concorr�ncia nas grandes obras p�blicas executadas por aquele Governo estadual", segundo o MPF.

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