Reféns são liberados de presídio na Baixada

Ao todo, 18 pessoas ficaram sob o domínio dos detentos - oito agentes penitenciários e dez internos

Por O Dia

Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, onde ocorreu a rebelião, que começou por volta das 17h de ontem
Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, onde ocorreu a rebelião, que começou por volta das 17h de ontem - REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS

Rio - Terminou no início da madrugada desta segunda-feira a rebelião na Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. O motim, iniciado no fim da tarde do domingo, deixou pelo menos três presos feridos. Ao todo, 18 pessoas ficaram sob o domínio dos detentos — oito agentes penitenciários e dez internos. Um revólver, duas pistolas, uma granada de efeito moral e uma lanterna foram apreendidos.

Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), os feridos foram atendidos por ambulâncias da Defesa Civil e não correm risco de vida. Durante o motim, as negociações foram conduzidas por profissionais especializados da Superintendência de Segurança da Seap. O Grupamento de Intervenção Tática da Seap, o Batalhão de Choque e diversas unidades da Polícia Militar também aturaram no caso.

Durante a rebelião, um preso com um telefone celular chegou a ligar para o 190 pedindo uma viatura ao local, pois detentos faziam inspetores e outros detentos reféns. Hoje, o presídio Milton Dias Moreira conta com pouco menos de dez agentes penitenciários para cuidar de mais de 2 mil presos.

O presídio Milton Dias tem capacidade para 884 detentos e mantinha, em janeiro, 2.027, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. De acordo com a Seap, apenas oito agentes penitenciários trabalham no local.

"Essa cadeia sempre foi problemática. A facção daquela região era a mesma dos presos que ali ficavam até pouco tempo. Essa tentativa de fuga só mostra e confirma que o sistema opera com um número de servidores muito aquém da lei. Isso é culpa da má gestão. É impossível apenas oito agentes cuidarem de 2 mil presos. O número da população carcerária aumenta e a dos agentes penitenciários diminui", afirma Wilson Camilo, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado do Rio.

Imagem aérea mostra presos armados no lado externo da unidade - REPRODUÇÃO

Intervenção federal

A rebelião aconteceu dois dias após o presidente Michel Temer decretar intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e indicar o general Walter Souza Braga Neto como interventor para assumir o comando de Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, administração penitenciária e órgãos de inteligência. Nenhum plano de atuação foi apresentado. O secretário de Segurança, Roberto Sá, pediu exoneração na sexta-feira e ainda não foi substituído. O exoneração foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira.

No sábado, dia seguinte ao anúncio da intervenção, tropas do Exército ocuparam as ruas do Rio. Os militares, contudo, foram deslocados apenas para garantir a segurança do presidente Michel Temer, que veio à cidade para reunião com o governador Luiz Fernando Pezão no Palácio Guanabara. O presidente anunciou a criação do Ministério da Segurança Pública, mas não revelou quem será o titular da pasta.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Penitenciária Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, onde ocorreu a rebelião, que começou por volta das 17h de ontem REPRODUÇÃO REDES SOCIAIS
Imagem em infravermelho mostra presos circulando livremente no interior da Cadeia Pública Milton Dias Moreira, em Japeri, na Baixada Fluminense, durante rebelião em que agentes da Seap foram feitos reféns /REPRODUÇÃO
Imagem aérea mostra presos armados no lado externo da unidade REPRODUÇÃO

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