Grande opera��o, poucos resultados

Na maior mobiliza��o de tropas desde in�cio da GLO, n�o houve apreens�o de fuzis

Por O Dia

Acompanhamento deverá observar o cumprimento das metas fiscais e das regras de gestão fiscal responsável, a geração de despesas obrigatórias de caráter continuado e o custeio das despesas
Acompanhamento deverá observar o cumprimento das metas fiscais e das regras de gestão fiscal responsável, a geração de despesas obrigatórias de caráter continuado e o custeio das despesas -

Rio - Novos tempos. Velhas táticas. Cinco dias após o anúncio da intervenção federal no Rio, tropas estaduais e federais voltaram a realizar uma grande operação com resultados pequenos.

Ainda sob o comando da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), policiais e militares das Forças Armadas fizeram a maior operação conjunta de combate ao crime no estado, desde julho de 2017, quando foi assinado o decreto presidencial de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública no Rio de Janeiro. Apesar de empregar cerca de três mil homens, a ação teve resultado modesto: 11 suspeitos presos, cinco pistolas, um revólver e seis granadas apreendidas. Além de um caminhão, dois carros, quatro motos, várias peças de carros, grande quantidade de drogas e munições.

A Seseg informou, por e-mail, que a ação não está vinculada à intervenção federal decretada na última sexta-feira. O Comando Militar do Leste (CML), por sua vez, esclareceu, em nota, que o processo de intervenção está em fase de preparação. "A equipe que trabalhará diretamente com o interventor está sendo formada e será anunciada nos próximos dias". No comunicado, o CML destaca que os órgãos de Segurança Pública estadual seguem funcionando normalmente, sem, no entanto, mencionar que o ex-secretário de Segurança, Roberto Sá, pediu para sair na sexta-feira, tão logo a intervenção federal foi anunciada.

Soldados do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de policiais civis e militares, agentes da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), montaram pontos de bloqueio e fiscalização nas divisas do Rio com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Os acessos às comunidades do Salgueiro e Jardim Catarina, em São Gonçalo, e Chapadão-Pedreira, na Zona Norte, foram bloqueados. Operações de cerco, desobstrução de vias e ações de estabilização para cumprimento de mandados foram realizados nas comunidades Kelson's, Cidade Alta, Pica-Pau, Cinco Bocas e Tinta. Também Angra dos Reis e Paraty receberam tropas. "É a maior operação em termos de abrangência de espaço desde o início da GLO, porque ela vem desde as divisas do Rio com outros estados até as comunidades", explicou o coronel Roberto Itamar, porta-voz do CML.

'Mandado n�o pode ser gen�rico'

O ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Torquato Jardim, classificou como impr�prio o adjetivo coletivo, associado aos poss�veis mandados de busca e apreens�o que ser�o expedidos pela Justi�a, dentro da estrat�gia de combate ao crime organizado no Rio, que ser� implementada a partir da interven��o federal na seguran�a do estado. "O 'coletivo' d� ideia de generalidade e mandado de busca e apreens�o n�o pode ser gen�rico. A Constitui��o n�o permite", explicou o ministro.

Jardim esteve reunido, ontem, com magistrados no Tribunal de Justi�a do Rio. Entretanto, ele n�o descartou o uso de refer�ncias geogr�ficas nem t�o precisas, como posi��o de GPS ou estabelecimento de um per�metro, para discriminar os mandados judiciais. "Nas zonas de maior conflito, n�o se tem nome de rua ou avenida. A urbaniza��o � desorganizada", justificou.

Com rela��o aos mandados de pris�o, que podem trazer apenas o apelido do alvo, Jardim disse que alguns poder�o conter n�mero maior ou menor de pessoas, em raz�o dos objetivos.

Vota��o do decreto passa pelo Senado

Ap�s ter sido aprovada na C�mara dos Deputados, em vota��o de seis horas, a interven��o federal foi apreciada pelo Senado na noite de ontem. At� o fim desta edi��o, senadores ainda discutiam o tema. O relator do decreto, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), defendeu o remanejamento de recursos para que a opera��o de combate � viol�ncia no estado tenha efic�cia. Ap�s ser anunciado pelo presidente do Senado, Eun�cio Oliveira, Lopes leu em plen�rio o parecer recomendando a aprova��o do decreto.

"N�o d� para come�ar uma opera��o com esta magnitude e, no meio, a gente dizer que n�o alcan�amos o que quer�amos por falta de recursos. Se h� um estado de exce��o, ent�o temos que dar todo empenho e sacrif�cio necess�rio para realizar este trabalho", afirmou Lopes, cuja base eleitoral � do Rio, a exemplo da relatora da vota��o de segunda na C�mara, deputada Laura Carneiro (MDB).

Ontem, em Itagua�, o governador Pez�o esteve com o presidente Michel Temer para dar in�cio � montagem do primeiro submarino convencional do pa�s. "S� ganhamos a guerra da seguran�a com carteira de trabalho assinada", afirmou Pez�o.

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