Rio - Em mais uma ofensiva contra o tráfico de drogas, agentes da Polícia Civil e do Ministério Público prenderam cerca de 60 pessoas, em várias cidades do interior do estado. Entre os presos, estão dois policiais militares que tentavam extorquir traficantes em Volta Redonda. O telefone dos bandidos estava grampeado por ordem judicial e toda a combinação para o recebimento do suborno foi gravada.

Foram três operações desencadeadas simultaneamente nas regiões Sul, Serrana e Norte Fluminense. No total, foram expedidos 142 mandados de prisão, sendo que 62 dos alvos já estavam encarcerados. A maior das ações, a segunda fase da Operação 'Vou de Táxi', aconteceu no Sul do estado, onde foi desbaratada uma quadrilha de tráfico de drogas e roubos de carros. As demais operações foram em Macaé, Norte fluminense, e em Nova Friburgo, na Região Serrana.

Na Operação 'Vou de Táxi', foram expedidos 92 mandados de prisão, sendo que 44 dos alvos já estavam presos. Foram cumpridos 45 mandados nos municípios de Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa e Volta Redonda. Os policiais militares Jorge Leonardo Batista Correa e Dorvagnes Fernando de Andrade Silva do Nascimento, do Batalhão de Resende, caíram no grampo telefônico que monitorava a quadrilha de traficantes. De acordo com as investigações, os PMs estavam em serviço quando abordaram dois conhecidos traficantes de drogas, a bordo de um automóvel BMW clonado. Para liberar os bandidos, os policiais negociaram, por telefone, o pagamento de R$30 mil com outro integrante da quadrilha. No entanto, após rápida negociação, os PMs aceitaram R$2 mil de propina. Graças aos grampos, o roubo de uma loja em um shopping center de Resende foi frustrado pela polícia.

Segundo delegado da 89ª DP (Resende), Marcelo Nunes Ribeiro, mais de 66 quilos de drogas (maconha, cocaína, e crack), foram apreendidos nas duas fases da Operação 'Vou de Táxi', batizada assim porque a investigação começou a partir da prisão de traficante que usava táxi para entregar drogas. Além das drogas, foram apreendidos carros roubados, assim como armas e munições. A quadrilha possuía até mesmo um laboratório de drogas, em Itatiaia. Os suspeitos foram indiciados por tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo e porte ilegal de arma. Já os dois PMs, foram denunciado por extorsão.

 

Pris�o e apreens�es na Mar�

Um homem foi preso apontado como fornecedor de armas e munições para traficantes, na tarde de ontem, durante operação na Vila do João e na Vila dos Pinheiros, no Complexo da Maré. Ele também é acusado de receptação de celulares roubados. De acordo com a Polícia Civil, ele foi encontrado com um celular Iphone X roubado e irá responder por associação para o tráfico, organização criminosa e receptação.

Ativistas do grupo Maré Vive afirmaram que o rapaz não teria envolvimento com o tráfico e que o local apontado pela polícia como recreação de criminosos seria a residência de um morador. Um vídeo com danos ao local foi postado pela página, atribuindo os problemas no imóvel aos policiais.

Segundo a polícia, também foram apreendidos 50 quilos de maconha e 780 sacolés de cocaína. No mesmo local, que conta com piscina e banheiros, foram apreendidas carteiras de identidade e de Habilitações falsas, além de dezenas de placas de veículos com numeração clonadas, de acordo com a polícia.

Para provar que havia envolvimento do rapaz, de 22 anos, com o tráfico, a Polícia Civil apresentou fotos de conversas em aplicativo que seriam do seu celular. Nelas, constavam negociação de armas e celulares roubados com criminosos. Já em relação às paredes quebradas da área da piscina, a polícia disse que houve troca de tiros com criminosos e, por isso, os danos.

Nas redes sociais, moradores relataram momentos de horror na favela. Testemunhas contaram que houve tiroteio na favela desde a manhã. Segundo relatos, crianças precisaram se abrigar em prédios para fugir da troca de tiros. A Polícia Civil explicou que o confronto aconteceu porque criminosos atiraram contra os policiais no momento em que as equipes chegaram na Maré.

Participaram da ação policiais da Delegacia de Combate as Drogas (DCOD), Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), Delegacias da Receita Federal (DRF), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e Serviço Aeropolicial (SAER). O objetivo da operação era cumprir mandados de prisão na região.