Rio - O aniversário de 453 anos da Cidade Maravilhosa foi festejado, nesta quinta-feira, no Largo da Carioca, com as presenças do Arcebispo Dom Orani Tempesta e de personalidades da cidade como o jornalista Washington Rodrigues, o Apolinho, que recebeu uma homenagem pelos seus 56 anos de carreira. A tradicional Charanga Rubro Negra, fundada em 1942, foi a responsável por animar o público, que mesmo com o intenso calor, compareceu em bom número ao evento para parabenizar a cidade, rezar por dias melhores e saborear um pedaço de bolo.
Um dos organizadores do evento, Elísio Quintino, que é confrade vitalício da Confraria do Garoto, explicou o motivo de a festa ter sido um pouco mais modesta este ano. “A situação financeira não está ajudando ninguém. Dentro de uma crise todo mundo sofre. Então fizemos (essa festa) dentro da realidade atual”, justificou. O evento contou com seis bolos com os tradicionais sabores de laranja e baunilha.
Os dois amigos, Marcos Antonio da Silva e Marcelo Mendes de Farias, que encontraram uma carteira com R$ 10 mil e fizeram uma campanha na internet até encontrar o dono, foram homenageados na festa. Eles são moradores da Rocinha, e, em dezembro do ano passado, encontraram a carteira durante uma caminhada na Praia de São Conrado. Com o objeto em mãos, eles percorreram hotéis até encontrar o dono, que era um turista argentino. “As pessoas precisam fazer o certo. O que fizemos, na nossa opinião foi o certo. Se cada um fizer sua parte, teremos uma vida cada vez melhor”, avaliou Marcos Antonio.
Carioca da gema, a dona de casa Joana Darc Gomes, de 67 anos, aproveitou a data para desejar que a cidade tenha mais vagas em escolas para crianças e oportunidades de emprego para os jovens. “O carioca precisa ser mais honesto e compreensivo. Precisamos de mais amor ao próximo”, pediu. Quem apareceu para animar os populares que lotaram o Largo da Carioca foi o palhaço “Berinha”, nome artístico de Jarbas Leonardo do Nascimento, 75. Ele cobrou mudança na postura da população. “A corrupção e a desonestidade precisam acabar”, exigiu.
Muito festejado pelo público, Apolinho, de 81 anos, fez questão de reverenciar a cidade e comemorar o aniversário do Rio e de sua marca profissional. “Pra ser jornalista tem que gostar, não adianta porque o papai ou a mamãe querem. É uma profissão difícil, mas é como uma cachaça: entrou, não sai mais”, definiu.
O arcebispo Dom Orani pediu proteção para cidade, e paz e prosperidade para o povo. O religioso ressaltou que no atual cenário de violência, cada cidadão precisa ser instrumento de paz. “Os tempos são difíceis e complicados, mas nós queremos comemorar o aniversário e nos comprometer também de sermos instrumentos de paz na cidade. Não perdemos a esperança. Nós queremos fazer a nossa parte no instrumento de paz e, ao mesmo tempo, lutar para que as coisas melhorem cada vez mais”, concluiu.