C�mara de Vereadores de Mesquita � alvo de tiros

Prefeito e parlamentares travam briga pol�tica na cidade; Pol�cia Civil investiga o ataque que ocorreu enquanto havia um churrasco

Por C�SSIO BRUNO

Na fachada, havia nove marcas mas foram ouvidos mais de 30 tiros
Na fachada, havia nove marcas mas foram ouvidos mais de 30 tiros -

Rio - A Câmara de Vereadores de Mesquita, na Baixada Fluminense, foi alvo de tiros por volta das 23h desta quinta-feira. No prédio, anexo ao Tênis Clube, a polícia encontrou pelo menos nove marcas de balas na fachada. No momento da ação dos criminosos, várias pessoas jogavam futebol na área social e faziam churrasco perto da piscina. Houve correria, mas ninguém se feriu. O porteiro da Câmara também escapou ileso do atentado. Segundo os presentes, no entanto, foram ouvidos cerca de 30 disparos.

O caso está sendo investigado por policiais da 53ª DP (Mesquita). Questionada sobre o caso, a Polícia Civil não informou se chamará os 12 vereadores para depor. Ainda não se sabe o que motivou o crime. A Câmara vai reunir imagens das câmeras de segurança do local para avaliar o que aconteceu.

Os tiros ocorreram na mesma semana em que o prefeito Jorge Miranda (PSDB) e vereadores de oposição travam uma briga política. No centro da discussão, está a liberação de R$ 10,9 milhões de emendas de deputados federais para as áreas de Saúde e de Assistência Social. Para ter acesso ao dinheiro, o prefeito precisa de autorização da Câmara. Por isso, Miranda tentou aprovar, sem sucesso, pedidos de votação em sessões extraordinárias.

"Acho que os tiros foram para intimidar (os vereadores). Mas só a polícia poderá confirmar", afirmou o presidente da Câmara, Marcelo Biriba (PRB).

Jorge Miranda governa Mesquita graças a uma liminar. Ele foi cassado pelos vereadores, em julho do ano passado, por utilizar R$ 14 milhões da Previdência Municipal para pagar os salários atrasados dos servidores. Os vereadores entenderam que Miranda só poderia ter feito isso com autorização do Poder Legislativo. Na próxima terça, a Justiça julgará se derruba ou não a liminar.

"O prefeito quer dar legitimidade à retirada dos R$ 14 milhões da Previdência e cobrir o rombo. Com isso, ele precisa dos R$ 10,9 milhões das emendas o mais rápido possível porque, na quarta-feira, ele pode já não ser o prefeito de Mesquita", ressaltou Marcelo Biriba.

Jorge Miranda, por sua vez, disse que firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, Defensoria Pública e a Justiça para pagar a dívida com a previdência dos servidores de Mesquita. Segundo o prefeito, os recursos foram usados para pagar três meses de salários atrasados, décimo terceiro e as férias de 2 mil funcionários.

"Com o TAC, parcelei a dívida em quatro anos. Quando assumi, os salários estavam atrasados. Eles (vereadores) querem atrasar a administração pública. Sem o dinheiro, não podemos pagar os servidores, comprar remédios, pagar o programa Bolsa Família", afirmou Jorge Miranda, dizendo estar tranquilo em relação ao julgamento da liminar na próxima semana.

Galeria de Fotos

Na fachada, havia nove marcas mas foram ouvidos mais de 30 tiros Reprodu��o / Internet
Prefeito de Mesquita, Jorge Miranda (PSDB) Luciano Belford / Agencia O Dia
Vereador de Mesquita, Marcelo Biriba (PRB) Reprodu��o / Facebook

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