M�es de presos como milicianos choram e clamam por justi�a

Revoltados, parentes de presos em opera��o policial em Santa Cruz tentam libertar seus familiares, detidos desde 7 de abril

Por O Dia

22/04/2018 - CIDADE - Coletiva de imprensa com Pablo Dias Bessa Martins, artista circense que foi preso em um festa supostamente da mil�cia.Na foto: Elza Peres Silva do Vale, m�e de um dos presos. Foto: Fernanda Dias / Ag�ncia O Dia.
22/04/2018 - CIDADE - Coletiva de imprensa com Pablo Dias Bessa Martins, artista circense que foi preso em um festa supostamente da mil�cia.Na foto: Elza Peres Silva do Vale, m�e de um dos presos. Foto: Fernanda Dias / Ag�ncia O Dia. -

RIO - Elza Perez Silva do Vale é mãe de Tiago Silva do Vale, um dos 158 presos após operação policial contra a milícia em Santa Cruz, na Zona Oeste, no início de abril. Emocionada, ela chorou muito ao falar da prisão do filho de 33 anos. "Até agora eu não vi o meu filho. Soltem esses inocentes. Meu filho nunca foi miliciano. Estou cansada de pedir socorro. Não vou mentir, eu me senti injustiçada ao ver o Pablo sair e os outros, não", queixou-se. Até agora, o artista circense Pablo Bessa Dias Martins é o único que conseguiu ser libertado pela Defensoria Pública.

"Como mãe, cada dia a gente morre um pouco. Estou à base de água e café. Parece que vivo em um filme de terror. Jamais colocaria minha cara à tapa se meu filho não fosse inocente. Não vou perder a esperança. Nunca. Não vou provar a inocência dele até o fim. Vou até a ONU se tiver que ser", desabafou Elza.

Maria do Carmo Barbosa, cuidadora de idosos e diarista, passou mal e teve que ser amparada durante a coletiva para falar da prisão do filho dela, Rafael Barbosa, de 34, que é ajudante de pedreiro. "Minha patroa me ajudou financeiramente pra pagar advogado. Nos dias de folga ele trabalha para a minha patroa. Ele tem três filhos e me ajuda a tomar conta da minha mãe, que não tem as pernas para eu poder trabalhar. Estou desesperada em tempo de me matar. Não aguento tanta injustiça", reclamou ela. "Às vezes a gente olha com jeito de acusação da justiça, mas agora estou sofrendo isso na pele. Eu quero justiça, justiça bem feita não só para mim, mas para os outros também. Se meu filho tivesse alguma coisa ele teria que pagar pelo que ele fez, mas não aceito injustiça de jeito algum. Esse povo está matando a minha família. Minha mãe com 86 anos e cadeira de rodas já não dorme mais", contou Maria do Carmo.

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