Falta d'água atinge os condomínios de Nova Iguaçu

Prédios de luxo no Centro chegam a comprar 60 caminhões-pipas por mês

Por O Dia

Condomínio Residências do Horto, no bairro da Luz, sofre há dois meses com problemas no abastecimento
Condomínio Residências do Horto, no bairro da Luz, sofre há dois meses com problemas no abastecimento - FOTOS Maíra Coelho

Se engana quem pensa que falta d'água é um problema que atinge apenas bairros da periferia. No centro de Nova Iguaçu, uma das áreas consideradas mais nobres e caras da cidade, a escassez da água tem afetado, além das torneiras secas, o valor da taxa de condomínio, devido a compra diária de caminhões-pipas.

"Pago em média R$ 900 na taxa de condomínio, mas acaba aumentando porque temos que dividir o valor da compra de caminhões. No mês passado cheguei a pagar R$ 1,6 mil. Um absurdo, pois sofremos no bolso por causa da incompetência da Cedae", disse, revoltado, Alex Rodrigues. Ele é um dos moradores de um condomínio da Rua Rangel Pestana, no Centro de Nova Iguaçu, que gasta até 60 caminhões-pipas por mês.

O condomínio, que fica na Avenida Abílio Augusto Távora, também sofre com a mesma situação. "Ficar sem água é muito comum aqui. É uma vergonha isso e a Cedae não faz nada para mudar esta situação", reclamou Renata Mioto.

Em outro condomínio, no bairro da Luz, os moradores tiveram que mudar a rotina para se adequar ao problema. "Eu tenho um bebê de apenas um mês, então gasto mais água porque criança toma muito banho e suja muita roupinha. Tenho que encher a banheira com balde, não lavo mais o terraço, nem a garagem", contou Elisângela Viana, 33.

No condomínio onde mora Elisângela, que possui 32 casas, o preço do condomínio que era de R$ 735, aumentou.

"São R$ 53 a mais na taxa. O caminhão de água custa R$ 450. É um transtorno que vai além do gasto financeiro e como síndico me preocupo e temos que contar com a compreensão dos moradores para reduzir o consumo. Na minha casa o quintal só é limpo com água da chuva", Marcelo Hublet Coimbra.

Até a descarga sofreu alterações na casa do Paulo Cesar, 50. "Somos cinco pessoas em casa e para tentar baixar os gastos com água nós temos controlado o tempo no banho e até alteramos o sistema da descarga para quando for acionada utilizar menos água".

O que tem intrigado os moradores é que em ruas próximas o problema não acontece. "Vejo que em uma ou duas ruas daqui não falta água e quando a administração do condomínio liga para a Cedae eles logo vem e acionam algo nos canos de manobra da rua e a água cai na caixa, isso é muito estranho", observou Paulo Cesar.

Procurada, a Cedae afirmou que vai vistoriar a rede que atende os condomínios e fará também manobras na rede para reforçar o abastecimento. A companhia acrescentou que está investindo na melhoria do serviço.

Galeria de Fotos

Condomínio Residências do Horto, no bairro da Luz, sofre há dois meses com problemas no abastecimento FOTOS Maíra Coelho
Elisângela Viana precisa economizar para conseguir dar banho no bebê Maíra Coelho / Agência O Dia
Cisternas dos condomínios no município ficam constantemente vazias Maíra Coelho / Agência O Dia

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