União quer devolução de reajuste pago ao funcionalismo

Se o Supremo permitir adiamento de aumento salarial, valor a mais que virá no contracheque de janeiro será descontado depois

Por PALOMA SAVEDRA

Plenário do Supremo julgará ADI que pede suspensão de medida provisória que posterga aumentos
Plenário do Supremo julgará ADI que pede suspensão de medida provisória que posterga aumentos - Rosinei Coutinho/SCO/STF (19/12/2017)

Rio - O 'suspiro' no bolso de servidores federais, com o aumento salarial, poderá durar apenas um mês. Isso porque a União cobrará de cerca de 10 carreiras a devolução do valor pago a mais no contracheque de janeiro, caso consiga uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para o adiamento dos reajustes.

A expectativa do governo é que o processo seja julgado no início dos trabalhos da Corte, em fevereiro.E a Advocacia Geral da União usará todos os recursos para tentar derrubar a liminar do ministro Ricardo Lewandowski, que barrou a Medida Provisória 805 de 2017. A norma previa a postergação dos reajustes, sob alegação de economia de R$ 5,1 bilhões. Por outro lado, o funcionalismo aposta em resultado favorável às carreiras.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) para impedir a medida do governo foi proposta pelo Psol. E a decisão que não é definitiva de Lewandowski será submetida à análise de todos os ministros do Supremo, que julgarão o mérito.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, vem batendo na tecla de que há chance de reverter a situação no STF. Inclusive, Oliveira já deixou claro que, para o governo, o aumento já concedido no contracheque de janeiro não representa direito adquirido, pois é baseado em uma liminar, que tem caráter provisório.

A ideia é 'cobrar' de volta o que já foi pago a mais diretamente nos contracheques futuros: ou seja, os servidores seriam descontados de forma parcelada em seus salários. E segundo o Ministério do Planejamento, há legislação prevendo isso.

Alíquota de 14%

A MP também previa elevação da alíquota previdenciária de 11% para 14%, a partir de fevereiro, que foi barrada por Lewandowski. Ele considerou que os servidores seriam duplamente afetados pelo mesmo ato, e ressaltou que os reajustes foram concedidos mediante lei, e o aumento da contribuição tinha natureza confiscatória.

Entre as carreiras que conseguiram reajuste estão auditores fiscais do Trabalho e da Receita, policiais rodoviários federais, gestores da União, funcionários do Banco Central, peritos federais agrários e entre outros.

Prefeitura do Rio aguarda sessão para propor taxação de inativos

Sobre a ampliação da alíquota previdenciária de 11% para 14%, o tema é alvo de interesse de diversos estados e municípios que querem mexer em suas previdências, entre eles, a cidade do Rio de Janeiro.

A prefeitura vai esperar o julgamento do Supremo para propor a taxação de seus aposentados e pensionistas. Só que a proposta inicial era de cobrar 11% de contribuição previdenciária, e, agora, pode ser que proponha 14%, dependendo do teor da decisão do STF.

No que se refere ao adiamento de reajustes, até hoje o governo federal justifica a medida como meio de conter gastos públicos. E, ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a falar sobre o tema, alegando que a liminar do ministro Ricardo Lewandowski impacta o teto de gastos deste ano.

Meirelles acrescentou que o aumento menor do mínimo vai "compensar" as "perdas" com a liminar. Ele também citou o atraso da reoneração da folha de pagamentos. Segundo o ministro, a economia gerada com as duas medidas seria de R$ 8 bilhões. Em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, Meirelles disse que o governo não toma o adiamento de reajustes como "perdido".

Último dia de adesão a plano de saúde

Termina à meia-noite de hoje o prazo de adesão ao novo contrato do plano de saúde Assim para o funcionalismo municipal do Rio. Já foram cerca de 82 mil inscritos, e houve 3.300 novas adesões de titulares. O início da cobertura, sem carência, será no dia 1º de fevereiro. Dúvidas podem ser esclarecidas pela Central da Assim (21) 3723-9333, no Clube do Servidor, e também em postos da operadora.

 

 

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