Saiba como evitar descontos indevidos na aposentadoria

Segurado do INSS pode ir à Justiça e pedir indenização para reaver o que foi retirado do contracheque

Por MARTHA IMENES

Reclamações sobre descontos indevidos no contracheque podem ser feitas diretamente no posto do INSS
Reclamações sobre descontos indevidos no contracheque podem ser feitas diretamente no posto do INSS - Divulgação

Rio - Os segurados do INSS, vítimas de descontos irregulares em seus contracheques, têm como conseguir na Justiça indenizações por dano moral. Além de reaver o que foi retirado indevidamente, o prejudicado deve recorrer ao Judiciário para ser ressarcido. Mensalidade de associações ou parcelas de empréstimos consignados não podem ser descontadas sem uma autorização expressa dos beneficiários.

"Se o aposentado não assinou contrato, não fez a solicitação por meios eletrônicos, os descontos no contracheque são ilegais", adverte Herbert Alencar, do escritório Cincinatus Alencar.

Ele explica que o aposentado do INSS que desconfiar ter sido vítima de fraude deve tirar o extrato do benefício no site da Previdência (www.previdencia.gov.br) e acompanhá-lo para ver se há desconto indevido.

"O contracheque discrimina todas as movimentações, ao contrário do extrato bancário", aponta Alencar. Ao perceber irregularidades, ele precisa ir até à uma agência do INSS e pedir para verificar os dados referentes a todos os empréstimos feitos em seu nome. Havendo irregularidades, cabe ação judicial.

"Se houver necessidade de questionar os descontos é possível procurar a Defensoria Pública da União, que tem atendimento gratuito, para avaliar se cabe recurso administrativo ou ação", acrescenta o defensor público Thales Arcoverde Treiger.

Denúncia no 135

Já o INSS orienta o segurado a formalizar denúncia ligando gratuitamente para a Central 135 ou por meio da internet. Além das agências da Previdência, contactar a Ouvidoria pelo (https://www.inss.gov.br/).

Deve também acusar descumprimento do contrato por parte da instituição financeira, no caso de consignado, ou de normas pré estabelecidas. Se houver irregularidades ou descontos indevidos, o prazo para resolver os problemas e devolver a quantia debitada é de dois dias úteis. Os valores devem ser corrigidos com base na variação da taxa Selic.

Segurado desconfia, vai atrás e descobre irregularidades

E a prática é "velha conhecida" de aposentados do INSS. Duas associações - Central Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Centrape) e Associação dos Beneficiários da Previdência do Rio (Abeprev-Rio) -, por exemplo, foram acusadas de fazer descontos indevidos no contracheque de vários segurados. Em um dos casos, o prejudicado relatou que havia recebido R$ 30 a menos. Desconfiado, resolveu verificar o que tinha acontecido.

De acordo com o aposentado, o desconto era referente à mensalidade de associado à Centrape. Um detalhe, segundo ele: "Não assinei nenhuma ficha de associação à central alguma. Como é que pode, então, haver desconto no meu benefício? Tenho empréstimos consignados, mas não me associei à entidade".

Ele explicou que só conseguiu suspender a cobrança depois de muita insistência. O aposentado ligou várias vezes para o telefone disponível no site da entidade. Até que, finalmente, convenceu o funcionário a cancelar o desconto e garantir o ressarcimento.

Já Abeprev foi impedida de continuar descontando dos aposentados após ação da Defensoria Pública do Estado.

Temer levará PEC 287 aos Três Poderes

O presidente Michel Temer deve se reunir com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), após seu retorno do Fórum Econômico Mundial, em Davos, para discutir a Reforma da Previdência.

Segundo fontes do Planalto, a proposta da reunião foi feita pela presidente do STF e Temer concordou. A ideia de Cármen Lúcia é incluir nas discussões da reforma a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que é contra.

Temer concordou com a sugestão, mas disse que chamaria também o presidente da Câmara e o relator da PEC 287, deputado Arthur Maia (PPS-BA).

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