O que � risco pol�tico

Resta-nos lamentar o vazio deixado por homens que souberam lutar por um Brasil mais empreendedor e progressista

Por Arist�teles Drummond Jornalista

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No mundo moderno, globalizado, ganha import�ncia a quest�o da seguran�a jur�dica e do chamado risco pol�tico. Quem poderia prever que um pa�s como a Venezuela, maior reserva e produ��o de petr�leo da Am�rica Latina, por mudan�a pol�tica passaria a ser uma ditadura que, al�m de levar a popula��o � extrema dificuldade no abastecimento e na sa�de p�blica, ficaria inadimplente no honrar compromissos internacionais?

Em Portugal, na Europa democr�tica, o governo socialista critica empresas privatizadas, como a EDP, de eletricidade, e os Correios. E pode ainda intervir na TAP, cujo cons�rcio vencedor da licita��o, no qual a brasileira Azul faz parte, teve a ingenuidade de concordar com mudan�as no contrato constante do edital de venda. A Volkswagen, que vem sendo sabotada pelos sindicatos, com o apoio t�cito do governo, pode levar uma linha de produ��o para o Marrocos, eliminando 3.500 bons empregos diretos na Alemanha.

A Am�rica Latina parece que percebeu que o discurso nacionalista e paternalista leva a perdas econ�micas e sociais. Argentina e Chile souberam afastar governos cercados de suspei��es de corrup��o e de inefici�ncia na gest�o. Ao que tudo indica, est�o no campo conservador o Paraguai, que cresceu cerca de 5% ano passado, e a Col�mbia, que cresce e, com a paz, deve se desenvolver mais.

No Brasil, o risco pol�tico pode afetar investimentos e a taxa de juros dos empr�stimos internacionais e, claro, ter forte reflexo social com o agravamento do desemprego. No entanto, n�o podemos ignorar que o ambiente para o investimento melhorou muito com o atual governo, que pensa bem e age mal. Mas como explicar que a Justi�a no pa�s pode influir na pol�tica de pessoal de um grupo privado? Como explicar que uma empresa privatizada n�o pode ser vendida ou se associar a outra? E mais: como confiar numa economia condenada por um sistema previdenci�rio invi�vel?

Embora se saiba que pesquisa eleitoral antes da campanha geralmente n�o reflete o que ocorrer�, n�o deixa de preocupar os dois nomes mais bem colocados por terem condi��es de uma avalia��o positiva pelo mais desavisado dos investidores. O drama da seguran�a p�blica, que assusta executivos e t�cnicos de fora, � agravado pela total impunidade em atos de barb�rie, ocupa��o e depreda��o de propriedades. Quem foi preso na destrui��o de exemplar empresa familiar rural recente na Bahia? Faltam vozes nos meios empresarial e pol�tico para chamar a aten��o da sociedade.

Resta-nos lamentar o vazio deixado por homens que souberam lutar por um Brasil mais empreendedor e progressista. Entre eles: Roberto Campos, Rui Gomes de Almeida, Roberto Simonsen e F�bio de Ara�jo Mota.

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Arist�teles Drummond, colunista do DIA Divulga��o

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