Clóvis Corrêa: o tesouro do envelhecimento

É preciso preparar bem o ambiente de circulação do idoso. Se para os familiares ter essa consciência ainda é difícil, imagina para nossos governantes. É dever deles cuidar do cidadão, mas deixam muitos idosos doentes nas enormes filas dos hospitais públicos para ao final ouvir que não tem atendimento

Por Clóvis Corrêa Jornalista e dramaturgo

Clóvis Corrêa 
Jornalista e dramaturgo
Clóvis Corrêa Jornalista e dramaturgo - Divulgação

Rio - Os anos passam, e envelhecer é o terror da maioria dos brasileiros, que apesar de tudo ainda sonham com a aposentadoria. O que os assusta vai além da beleza e da estética. É saber das limitações do avanço da idade e da falta de preparo dos familiares ou de quem está ao lado de um idoso.

Precisamos aprender a lidar com nossos velhos, principalmente quando eles não têm boa saúde. Se cada um se preocupasse em dar atenção ao mais próximo, aquele vizinho que mora só isso iria fazer a grande diferença e contribuir muito para redução de acidentes.

Como diz o grande filósofo japonês Daisaku Ikeda, "precisamos modificar nossa atitude em relação ao envelhecimento. A extraordinária experiência de vida que os idosos possuem consiste num tesouro precioso, para os próprios idosos, às pessoas ao redor deles, à sociedade e para o mundo como um todo".

O IBGE informa que o Brasil tem hoje 26 milhões de idosos e deve atingir 20% da população brasileira em 2030. Mas vale a pena lembrar que ainda não estamos bem educados para cuidar deles na saúde e na doença. Em conversa com Herica Oliveira, coach e profissional competente à frente de uma equipe de saúde domiciliar, fiquei assustado com o percentual do que pode fazer dos idosos eternos pacientes.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30% com mais de 65 anos caem pelo menos uma vez anualmente, mas não há constante campanha de prevenção nos veículos de comunicação. Talvez estejam esperando chegar 2030!

Ironias à parte, através do bate-papo com Herica, repasso importantes dicas para reflexão. É um alerta para as pessoas que convivem com idosos em casa. O ideal é eliminar tapetes e outros objetos à sua frente, afastar mesas de centro, manter sofá e cama baixos e macios, escadas sempre com corrimão, facilitando o seu dia a dia. Cuidados simples, como nunca andar apenas de meias em pisos lisos que já são escorregadios e não devem ser encerados.

É preciso preparar bem o ambiente de circulação do idoso. Se para os familiares ter essa consciência ainda é difícil, imagina para nossos governantes. É dever deles cuidar do cidadão, mas deixam muitos idosos doentes nas enormes filas dos hospitais públicos para ao final ouvir que não tem atendimento. Mas essa é outra história, pois quem cuida da terceira idade pode ajudar a prevenir qualquer acidente e evitar a fatalidade.

Clóvis Corrêa é jornalista e dramaturgo

 

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