Moradores negam que piscinas na Mar� sejam iniciativa do tr�fico

Equipamentos teriam sido comprados para suprir a falta de lazer perto de casa

Por O Dia

Rio - As denúncias de que traficantes estariam bancando um parque aquático na Maré, com várias piscinas estalando de novas montadas no meio da rua, foram rebatidas por moradores da comunidade. Nas redes sociais, muitos alegaram ser donos dos equipamentos, e justificaram a decisão de comprar e botar as piscinas na frente de suas casas no fato de não haver área de lazer adequada para crianças na Maré.

"Essa piscina é lá de casa e não teve R$1 do tráfico", alegou um morador. Outra moradora disse que foi ideia da comunidade e alguns pais, já que o calor é muito e as crianças não têm opção de lazer nas férias e que as piscinas já seriam uma tradição no verão.

"Isso é uma maneira para refrescar as crianças, já que dificultam o povo da Zona Norte ir para Zona Sul. Por que não estendem o metrô pra cá? Nem ônibus direto nós temos", queixou-se.

Para Paulo Baía, sociólogo e cientista político da UFRJ, esta é uma questão mais complexa do que parece ser. Para ele, na falta de política pública as pessoas acabam por tentar suprir essa falta de alguma maneira.

"Quando há ausência do poder público a população tem que usar da sua criatividade e às vezes tirar dinheiro do próprio bolso para ter lazer. Esta exclusão social que as comunidades sofrem é responsabilidade da sociedade como um todo porque é ela que define o Estado que quer".

Ainda insuficiente são as opções de lazer. A Secretaria de Cultura do Rio informou que, em parceria com o Panderolando Maré, a Lona Cultural Herbert Vianna está realizando o projeto Maré de Verão, com oficina de percussão gratuita. As aulas começaram no dia 13 de janeiro, mas os interessados ainda podem procurar o espaço na Rua Ivanildo Alves s/n, na Baixa do Sapateiro. As aulas são aos sábados, das 11h às 13h, para crianças e adolescentes a partir de 12 anos. Já as atividades na Vila Olímpica da Maré funcionam de terça a sexta-feira. E segundo a assessoria da Vila, no momento há vagas para colônia de férias.

A PM foi procurada, mas informou que investigações deveriam ser feitas pela Polícia Civil, que não se pronunciou.

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