Influ�ncia na gest�o de Marin, preso nos EUA, foi decisiva para puni��o a cartola

Ex-presidente da CBF est� detido em Nova York, condenado por seis crimes de corrup��o no futebol

Por ESTAD�O CONTE�DO

Ex-presidente da CBF, Del Nero disse, por meio dos advogados, estar surpreso com a decis�o da Fifa. A defesa do ex-dirigente promete recorrer
Ex-presidente da CBF, Del Nero disse, por meio dos advogados, estar surpreso com a decis�o da Fifa. A defesa do ex-dirigente promete recorrer -

São Paulo, 27 (AE) - Pesou na decisão da Fifa de banir Marco Polo Del Nero de qualquer atividade relacionada ao futebol por toda a sua vida o poder de influência do ex-dirigente dentro da gestão de José Maria Marin, que comandou o futebol brasileiro de 2012 a 2015 até ser preso na Suíça. Hoje, Marin está detido em Nova York, condenado por seis crimes de corrupção no futebol.

Del Nero era vice-presidente da CBF, mas os advogados de Marin informaram ao Tribunal Federal do Brooklyn, onde o ex-cartola foi julgado, que era ele quem de fato mandava na entidade. Charles Stillman, advogado de Marin, chegou a dizer ao júri: "Marco Polo era quem mandava no show no futebol brasileiro. Os discursos pertenciam a Marin, mas as decisões eram de Del Nero. Ele era visto como quem mandava na CBF".

Os advogados de Marin lembraram também de planilhas com informações sobre propinas nas quais constava a sigla "MP", em referência a Marco Polo. Del Nero é acusado de receber US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 22,5 milhões) em suborno.

Mesmo como vice-presidente da gestão de Marin, Del Nero levou diretores da sua administração na Federação Paulista de Futebol (FPF) e vários funcionários para fazerem parte do comando da entidade. Alguns dos responsáveis por cuidar do dinheiro da CBF durante a gestão de Marin eram funcionários da confiança de Del Nero na FPF: Rogério Caboclo (então diretor financeiro e agora presidente eleito da entidade) e Gilnei Botrel (então tesoureiro e atualmente diretor financeiro).

Del Nero também levou à CBF o diretor de marketing Gilberto Ratto, que trabalhava com uma ex-patrocinadora da FPF.

Na CPI do Futebol, realizada pelo Senado em 2015, Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF de janeiro a novembro de 2012 e atual presidente do Corinthians, afirmou que a "estrutura era montada pelo Del Nero". Ainda segundo o dirigente, "quase todos os funcionários em cargos especiais eram de São Paulo, da FPF".

Em abril de 2014, Del Nero foi eleito presidente da CBF, mas tomou posse apenas no ano seguinte, pouco antes de o mega esquema de corrupção ser descoberto e levar vários cartolas à prisão, inclusive Marin.

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