Rio - O verão ainda nem chegou, mas o calor já castiga a galera. E nada como um mergulho pra refrescar. Mas… dos três piscinões do Rio de Janeiro, apenas um pode ser usado: o de Deodoro. Em Ramos, a promessa da prefeitura é reabrir o espaço no dia 26 deste mês. Já em São Gonçalo, o lago está seco e coberto de mato. O Governo Estadual, responsável pela área, alega que não tem os R$ 2 milhões para garantir a diversão do público.
O Meia esteve no Piscinão de Ramos no dia 30 de novembro e o que viu foram banheiros fechados, chuveiros quebrados, lodo na beira do lago e suportes sem lixeiras. O local foi fechado nesta segunda-feira para serviços de manutenção e limpeza.
“A gente tá querendo tudo: banheiro, água limpa, chuveirão… Quando o Piscinão foi aberto, cada mergulho era um flash, mas agora o flash já acabou e o mergulho também”, reclama a barraqueira Luiza Helena Santana, de 63 anos.
Danielle de Carvalho, de 30, trabalha no Piscinão oferecendo bronzeamento com fita adesiva. O abandono tem prejudicado seu faturamento.
“É a gente que varre isso aqui todo dia de manhã. A Comlurb é logo ali, mas eles não limpam. Antigamente vinham 10, 15 funcionários. Hoje, quando vêm, aparecem três. Se fosse na Zona Sul, 5h da manhã já teria gente limpando”, ironiza a comerciante, rebatendo a alegação da Comlurb — a empresa afirma que, a partir das 7h, 16 garis atuam na limpeza varrendo e recolhendo os resíduos.
Outra crítica de Danielle é sobre a programação da prefeitura: “Eles querem fazer a tal da limpeza profunda sempre em novembro, e aí quebra a gente porque é verão. Tem que fazer logo quando acaba o inverno”.
Na Região Metropolitana, a situação é ainda pior: o Piscinão de São Gonçalo, fechado desde março de 2017, não vai reabrir tão cedo. A Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj) diz que busca parcerias para revitalizar o espaço. Nada, porém, saiu do papel.
Quem se deu bem, por enquanto, são os moradores da Zona Oeste. O Piscinão de Deodoro passou por limpeza na semana passada e, segundo a Caroline Barreto Mattos, de Realengo, não há destino melhor quando o calor aperta.
“Vamos muito lá, o local é maravilhoso. É super limpo, até mesmo após as chuvas. Além disso, tem três salva-vidas em tempo integral”, conta a vendedora de salgadinhos, de 32 anos: “Uma área de lazer desse tipo é importante para toda a comunidade, pois nessa região a maioria dos passeios é cobrada”.
* Estagiária sob a supervisão de Marco Antonio Rocha