Ronaldo, Messi e Neymar

Por Roberto Muylaert Jornalista e editor

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Pr�mio Esso de 1982, autoria do fot�grafo Manente, o choro do menino carioca Jos� Carlos Villela Rabello Junior, de 10 anos, hoje um advogado de 46 anos, na sofrida derrota contra a It�lia, por 3x2. Ele considera aquele jogo, que acompanhou em Barcelona, pior que os 7x1 da �ltima Copa. � que o time de 1982 era cantado em prosa e verso, sob a batuta de Tel� Santana, um esquadr�o compacto, bem melhor que o de 2014, com Felip�o no comando.

Chegando � Copa da Russia, daqui a pouco, n�o gostaria de ver outra foto parecida com essa na imprensa. O problema das crian�as que choram � que os narradores de TV, em especial os da Globo, n�o tecem uma an�lise desapaixonada de como se situa a sele��o em rela��o a outras for�as futebol�sticas do mundo. E os pequenos entram na onda da vit�ria certa do Brasil.

O oba-oba costuma ser acompanhado pelos comerciais de TV, que mostram um passado glorioso da Sele��o extrapolado para um presente n�o t�o excepcional como j� fomos, em especial quando existiam Garrincha e Pel�, dois fen�menos inigual�veis, em qualquer �poca ou lugar.

Claro que a gente torce pelo Brasil em quaisquer circunst�ncias, de camisa amarela e tudo. Mas se for o caso de fazer uma an�lise fria, n�o sei se os nossos progn�sticos s�o t�o bons.

Craques exponenciais podem fazer a diferen�a numa Copa: Cristiano Ronaldo � t�o extraordin�rio que � capaz de fazer Portugal vencer a Copa do Mundo, o que seria uma proeza de realismo m�gico.

Messi, por sua vez, � capaz de decidir sozinho, como aconteceu no �ltimo jogo das eliminat�rias, onde fez tr�s gols em jogadas individuais e salvou a p�tria.

Notar que os dois craques acima quase n�o se machucam, s� caem no ch�o quando s�o derrubados mesmo.

Neymar � uma das revela��es mais importantes do futebol mundial dos �ltimos anos. Levou o Brasil � vit�ria na �ltima Olimp�ada, com todos os m�ritos.

Mas precisa saber que numa Copa do Mundo, n�o revidar � um ato mais corajoso do que acertar na hora as contas com o �nimigo.

Temos na Sele��o um jogador de defesa que num jogo da �ltima Copa preferiu sentar e ir �s l�grimas a cobrar um p�nalti.

Ali�s, o pessoal dos 7x1 deve ter um trauma t�o grande daquele jogo, que talvez fosse melhor n�o exigir mais nada de nenhum deles.

Uma coisa que incomoda � o t�cnico garoto-propaganda, em comerciais ufanistas. T�cnico n�o � ator. Sua miss�o � construir um time vencedor.

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Roberto Muylaert, colunista do DIA Divulga��o

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