ONU se diz preocupada com uso de Forças Armadas para combate ao crime no Rio

O alto comissário falou sobre a instalação de observatórios para acompanhar a intervenção e ressaltou a importância da participação da sociedade civil

Por Agência Brasil

Alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein
Alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein -

Rio - O alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, demonstrou nesta quarta-feira preocupação com o uso de Forças Armadas para o combate ao crime em geral e citou especificamente a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro.

"No Brasil, eu estou preocupado com a recente adoção de um decreto que dá a forças armadas autoridade para combater o crime no estado do Rio de Janeiro e colocam a polícia sob o comando do Exército", disse Hussein ao discursar na 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.

No dia 16 de fevereiro, o presidente Michel Temer assinou decreto nomeando o general Walter Souza Braga Netto interventor na segurança pública do estado do Rio. O texto concedeu plenos poderes para o general atuar em todo setor de segurança fluminense, ou seja, as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros Militar.

Zeid Al Hussein disse que Forças Armadas não são especializadas em segurança pública e investigação e pediu que o governo garanta o respeito aos direitos humanos. "Peço ao governo para garantir que as medidas de segurança adotadas respeitem os parâmetros de direitos humanos e que medidas efetivas sejam adotadas para evitar filtragem racial [seleção de suspeitos com base na cor de pele] e a criminalização dos pobres".

O alto comissário falou sobre a instalação de observatórios para acompanhar a intervenção e ressaltou a importância da participação da sociedade civil. Em seu discurso, o Hussein falou sobre a situação dos direitos humanos em vários países.

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