Rio - A divisão dos royalties do petróleo tem gerado bastante polêmica nos últimos anos. A questão, aliás, também tira o sono de muitos governantes, ainda mais em tempos de crise econômica. Decisão recente do Tribunal Regional Federal (TRF) bloqueou novamente o repasse dos recursos provenientes do óleo combustível para alguns municípios do Estado do Rio. Entre eles, Silva Jardim, colocando em risco a administração municipal.
Para contornar os efeitos da decisão tomada pelo tribunal, em janeiro de 2018, o prefeito do município, Anderson Alexandre, promete recorrer. Afinal, com o bloqueio de 98% dos repasses, Silva Jardim recebeu pouco mais de R$ 100 mil de royalties em fevereiro, enquanto que no mês anterior o montante foi de R$ 3,4 milhões além da cidade, também foram afetados os municípios de Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Magé. "É recurso fundamental para nossa administração. Os royalties, por sinal, se revertem em outros impostos, como ISS e ICMS, gerando receitas", adverte.
Segundo Anderson Alexandre, o bloqueio dos repasses dos royalties afeta diversos serviços. Entre eles, o sistema de transporte gratuito. Implementado em fevereiro de 2014, é composto por dez ônibus até o fim de 2018 ganhará mais cinco micro-ônibus e tem sido importante para movimentar a economia de Silva Jardim. "O transporte público gratuito fez com que a população ficasse na cidade, sem precisar se deslocar para Rio Bonito. Com a gratuidade, cada morador economiza, em média, R$ 200, o que garante mais dinheiro dentro do município", contabiliza.
Como lembra o prefeito, a circulação de mais dinheiro na cidade fez surgir novos empreendimentos, gerando empregos e renda. Anderson Alexandre cita, por exemplo, recente levantamento do Ministério do Trabalho. Segundo ele, mesmo com a atual crise econômica, nos últimos anos Silva Jardim abriu 60 novos comércios e não teve nenhum estabelecimento fechado. "Quando assumi, em 2013, não tínhamos onde tomar um café expresso. Hoje, temos vários restaurantes", resume.
Conforme o prefeito, o crescimento econômico também se deu devido aos investimentos na divulgação de Silva Jardim como destino turístico, tendo como principal atrativo o distrito de Aldeia Velha e suas cachoeiras. A iniciativa fez com que surgissem pousadas e outros estabelecimentos comerciais na região. "Ganhamos uma pousada cujo investimento foi de mais de R$ 2 milhões. E várias outras pediram para construir. Estamos com uma demanda maior do que podemos acomodar. É natural que vá aumentar o número de leitos nos próximos anos", acredita.