Híbridos e elétricos mais baratos
IPI cobrado sobre veículos mais eficientes deve cair de 25% para 7% nos próximos dias
Por Lucas Cardoso
Os carros híbridos e elétricos poderão ficar mais acessíveis no país. A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), cobrado sobre os veículos que combinam motor elétrico e a combustão e os totalmente elétricos, deve cair de 25% para 7% nos próximos dias. A taxa é a mesma cobrada sobre carros populares com motor 1.0. A informação foi passada pelo ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge Lima, nesta semana.
Segundo o ministro, a medida deve ser anunciada entre o final deste mês e o começo de fevereiro. Na ocasião, Lima também fez questão de falar sobre o Rota 2030, que deve ser decidido pelo presidente Michel Temer até o fim do mês que vem. A eletrificação das frotas já está nos planos da maioria das montadoras. Recentemente, a Toyota, a Honda e Chevrolet anunciaram medidas que devem estimular a produção e venda de carros elétricos ou híbridos no país. Mas a maioria desses projetos aguarda a aprovação do Rota 2030 para se tornar realidade.
A Toyota já apresenta bons números com seu híbrido por aqui, o Prius. O carro que custa atualmente R$ 126.600, teve quase 2,5 mil unidades vendidas em 2017. Se comparadas ao ano anterior, as vendas do modelo cresceram 500%. O número deve ser ainda maior este ano, com o provável lançamento do modelo com motor a combustão flex. Se vingar, a redução da taxa fará o valor do modelo cair para menos de R$ 120 mil. "Ao comemorarmos 60 anos, nossa matriz no Japão está de olho no futuro. Por isso, nossa principal mensagem neste momento é 'Reinventando o Futuro'. A Toyota quer ser protagonista da transformação da indústria automotiva. Novas tecnologias ambientalmente responsáveis, como o sistema híbrido presente no Prius. São apenas os primeiros passos e tenho certeza que o Brasil terá um papel importante em nosso futuro", celebra Steve St.Angelo, CEO da Toyota América Latina e Caribe e Chairman da Toyota do Brasil e Argentina.
Outros modelos, como o Ford Fusion Hybrid e o BMW I3, que custam R$ 160 mil, também poderão ter redução considerável no valor.
Durante o Salão de Detroit, há menos de uma semana, Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, revelou o interesse da montadora em vender o elétrico Bolt EV no Brasil. A proposta, segundo ele, é que o modelo comece a ser comercializado por aqui em 2019. Outro modelo da marca que pode vir é o sedã híbrido Volt. Nos EUA, o modelo é equipado com um motor 1.5 de quatro cilindros e um elétrico e custa US$ 38 mil.
Rota 2030
Discutido desde o ano passado, o plano deve substituir o Inovar-Auto, mas esbarra no jogo duro do Ministério da Fazenda, que não quer abrir mão de uma arrecadação de impostos que ultrapassa R$ 1,5 bilhão por ano. Com exceção dessa parte, o restante já está decidido: O plano deve valer até 2032 e terá três fases de cinco anos. A primeira delas começa neste ano e se estende até 2022.
A principal mudança que o plano prevê é uma equiparação dos impostos sobre carros importados e nacionais. A Rota 2030 também visa apoiar práticas das montadoras que ampliem a eficiência energética de seus veículos e promovam a redução da emissão de gases poluentes na atmosfera.