Xerém - Entre os últimos meses de dezembro e janeiro, o uruguaio Léo Percovich viveu um drama depois de sofrer um grave acidente de carro em Juiz de Fora, ao lado de sua esposa e três filhos. Mesmo perdendo duas filhas na tragédia, o ex-goleiro já está de volta aos treinamentos do time sub-20 do Fluminense.

Seu retorno foi marcado para esta terça-feira e o técnico comandou treinamento da equipe em Xerém. Com uma tipoia apoiando o braço esquerdo, Percovich foi recepcionado pelos garotos e recebeu manifestação de apoio do Fluminense no Twitter oficial do clube.

No último sábado, o ex-jogador havia publicado uma mensagem de agradecimento ao Tricolor das Laranjeiras em seu Facebook oficial, prometendo retribuir toda a força que lhe foi enviada.

"Pela honra e compromisso que tenho junto ao clube e a torcida, que só têm me incentivado a erguer a cabeça e a me recuperar, na proxima semana estarei de volta para continuar o trabalho projetado. Mesmo com dores de naturezas diversas, tenham a certeza que darei o máximo que posso para retribuir a força que cada tricolor, colega das equipes tecnicas e jogadores têm me transmitido ao longo desse último mês. Obrigado por estarem ao meu lado."

Além disso, Percovich também dedicou um texto emocionante a Antonella e Valentina, suas duas filhas que acabaram falecendo após o acidente.

"Aprendi, quando nasceu, o que era o amor puro e verdadeiro. Aprendi, no seu crescimento, o que é sentir medo de verdade. Aprendi, ao teu lado, dia a dia, que se pode ser feliz em todos os dias. Aprendi que na inocência estão as mais puras e profundas perguntas e respostas. Aprendi, lhe observando, que o olhar acaricia e o sorriso abraça. Aprendi, com sua presença, que o universo não é infinito e que a única coisa real, eterna e verdadeira é o amor. E agora, ao nos deixarem, me ensinam algo que eu achava que tinha aprendido: a coragem. Mas descobri que a havia confundido com impulso passional, porque coragem verdadeira é a que se necessita agora, para silenciar a mente, quando esta não para de me torturar. Para acordar, quando na realidade, queria dormir eternamente. Para seguir caminhando para a frente, quando na verdade, queria voltar atrás. E o mais difícil, de manter-me no mesmo caminho quando aparecem tantos atalhos para tomar, mas sabe bem que por honra e caráter deve continuar firme, passo a passo, na mesma rota, pelo mesmo destino, sem perder a dignidade.

Obrigado, Valentina, minha Vale. Obrigado Antonella, minha Anto. Nosso amor eterno jamais vai nos separar.

Do seu papi, seu Gali."