Já se passaram mais de 20 dias desde que foi decretada quarentena geral no Estado do Rio, mas algumas pessoas ainda insistem em manter suas rotinas como se nada estivesse acontecendo. O MEIA HORA circulou, durante a manhã e a tarde de ontem, pelas Zonas Norte, Oeste, Centro, da capital, além de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, e presenciou grande fluxo de pessoas nas ruas.
Na Zona Sul, a movimentação estava acima do visto em outros dias. Na orla de Copacabana, por exemplo, pessoas aproveitavam a vista do mar sentados no calçadão, enquanto outras, em número grande, praticavam esportes. Todos sem parecer se preocupar com a orientação de isolamento social feita pelas autoridades médicas. A cena se repetiu no Leblon, onde o calçadão e o mirante tinham movimento que remetiam a finais de semana pré-pandemia.
Do outro lado da cidade, na Zona Norte, a calçada da Rua Teixeira de Castro, em Bonsucesso, pedestres dividiam espaço com vendedores ambulantes. Um desses camelôs, o idoso José Bandeira, conhecido na região como Zé da Bandeira, de 97 anos, mesmo estando no grupo de risco para a Covid-19, comemorava o aumento de pessoas circulando nas ruas. "Morreram dez. Morreram cem e já acabou o mundo? Isso é o fim do mundo. Quem tem fé em Deus, não falta nada. Se fica em casa morre, se vai para a rua morre. Não adianta", brincou Zé da Bandeira, que, dançando, tentatava atrair clientes que saíam de um supermercado.
Procurada, a Polícia Militar disse que segue patrulhando, fiscalizando e pedindo a colaboração da população.