Museu Nacional comemora 199 anos de cria��o

Exposi��es, oficinas e visitas guiadas integram as atividades que permitir�o aos visitantes fazer uma viagem pela ci�ncia, pela hist�ria e pela cultura

Por O Dia

Rio - Em comemora��o aos 199 anos da cria��o do Museu Nacional � no dia 6 de junho de 1818, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro � uma programa��o especial de anivers�rio foi aberta hoje (6) e se estender� at� o pr�ximo domingo (11).

Exposi��es, oficinas e visitas guiadas integram as atividades que permitir�o aos visitantes fazer uma viagem pela ci�ncia, pela hist�ria e pela cultura.

A programa��o d� in�cio ao calend�rio oficial de comemora��es do bicenten�rio da institui��o, que ocorrer� em 2018, disse a diretora do Museu Nacional, vinculado � Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Cl�udia Rodrigues Ferreira de Carvalho.

As atividades s�o destinadas a visitantes de todas as idades. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia). Para menores de 5 anos e pessoas com defici�ncia, a entrada � gratuita. Nos dias 9, 10 e 11, a entrada ser� gratuita para todas as pessoas.

Per�odo geol�gico

Destaque na programa��o, a exposi��o permanente �No tempo em que o Brasil era mar: o mundo h� 400 milh�es de anos, visto a partir dos f�sseis das cole��es do Museu Nacional� foi aberta hoje (6) � tarde, com enfoque no per�odo geol�gico devoniano, situado no intervalo de tempo entre 420 milh�es e 360 milh�es de anos.

�Nesse per�odo, aproximadamente 50% do territ�rio brasileiro estavam debaixo de grandes mares rasos, sobre as placas continentais. Boa parte do Brasil, nesse momento, era mar, e a vida proliferava no ambiente marinho. Eram os invertebrados marinhos os seres mais abundantes no pa�s�, disse o curador da mostra, Sandro Marcelo Scheffler, professor do departamento de geologia e paleontologia do Museu Nacional.

O foco da exposi��o s�o os invertebrados marinhos e seus grupos mais comuns e familiares, como estrelas do mar e conchas de caramujo, e outros mais estranhos, como os trilobitas, que constituem um grupo inteiro de artr�podes que se extinguiu h� mais de 200 milh�es de anos.

Na exposi��o, com cerca de 80 amostras de invertebrados f�sseis nunca expostas, os visitantes poder�o apreciar uma reconstitui��o de um metro de comprimento de um trilobita, cuja esp�cie tinha originalmente entre 5 e 10 cent�metros. �Para o p�blico poder olhar como era esse bicho, pouco familiar � maioria das pessoas�, disse o curador.

A maioria das pe�as de organismos invertebrados marinhos foi coletada em estados brasileiros como Par�, Piau�, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paran�. Elas comp�em o acervo do Museu Nacional, mais antiga cole��o do g�nero da Am�rica do Sul.

�N�s temos f�sseis de cole��es hist�ricas, como a cole��o da Comiss�o Geol�gica do Imp�rio, coletada h� mais de 140 anos, no s�culo 19; da Cole��o Caster, que representa o maior processo de repatria��o j� feito de f�sseis do Brasil. Voltaram ao Museu Nacional uma tonelada de f�sseis, coletadas na d�cada de 40 por um professor da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, e que agora est�o retornando ao Brasil por doa��o�, citou.

Segundo Sandro Scheffler, essa � uma boa oportunidade de os visitantes conhecerem como era o Brasil em �pocas muito antigas. �S� para ter uma ideia, era (uma �poca) muito antes do surgimento dos dinossauros, quase 200 milh�es de anos antes dos dinossauros�.

Amigos do Museu

Outra exposi��o inaugurada hoje (6), desta vez de car�ter tempor�rio, � a �Amigos d'O Museu: 80 anos�, que marca a trajet�ria da Associa��o Amigos do Museu Nacional, organiza��o n�o governamental (ONG) sem fins lucrativos, fundada em 1937. �Talvez seja uma das ONGs mais antigas do Brasil e a primeira associa��o de amigos do pa�s, da primeira casa de ci�ncia e primeira institui��o museol�gica do Brasil�, destacou a curadora da mostra, D�bora de Oliveira Pires.

Ap�s uma trajet�ria inconstante, a Associa��o de Amigos do Museu Nacional �se reergueu, se profissionalizou e se expandiu�, disse D�bora.

A exposi��o est� dividida em partes. Uma delas apresenta uma grande mesa central, em altura acess�vel para crian�as e cadeirantes, onde os visitantes podem interagir, por meio de toque em uma tela interativa, com todo o acervo do museu. Destaque para um cr�nio de jacar�-a�u ('Melanosuchus niger'), esp�cie conhecida por sua mordida mort�fera, que foi coletado no Rio Guapor�, em Rond�nia.

J� a vida marinha pode ser apreciada por meio do Projeto Coral Vivo, voltado � conserva��o e uso sustent�vel dos recifes de coral.

A associa��o conta atualmente com 70 membros. Todos trabalham de maneira volunt�ria para ajudar a captar recursos para o museu. A entidade tenta obter recursos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para revitaliza��o do Museu Nacional e organiza��o das comemora��es do bicenten�rio.

A mostra ficar� � disposi��o do p�blico at� o dia 6 de junho de 2018, quando dar� lugar a outra exposi��o, j� dentro da programa��o do bicenten�rio.

Carnaval

A Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense lan�a hoje (6) � noite, oficialmente, o seu enredo para o pr�ximo carnaval, que homenagear� os 200 anos do Museu Nacional. A solenidade contar� com a presen�a de componentes e integrantes da bateria da escola verde, branco e ouro de Ramos, zona norte carioca.

�Essa participa��o � um presente que a escola d� tamb�m ao museu de a gente poder, de certa forma, ser representado em uma das maiores festas populares do Brasil�, disse a diretora do Museu Nacional, Claudia Rodrigues de Carvalho.

�A gente entende que exaltar uma institui��o como essa, atrav�s do desfile de uma escola de samba, � resgatar a cultura nacional, � mostrar o valor do conte�do hist�rico do acervo desse museu, por conta da influ�ncia da pr�pria imperatriz Leopoldina na forma��o do Museu Nacional�, disse o carnavalesco da Imperatriz, Cah� Rodrigues.

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