Pedida quebra de sigilo de celulares no caso Marielle

Foram mapeadas 35 antenas no trajeto da vereadora da Lapa at� o Est�cio

Por ADRIANA CRUZ E MARIA INEZ MAGALH�ES

Local onde Marielle Franco foi assassinada, no bairro do Est�cio, est� cheio de homenagens a ela
Local onde Marielle Franco foi assassinada, no bairro do Est�cio, est� cheio de homenagens a ela -

Rio - O rastreamento das ligações telefônicas no trajeto feito pela vereadora Marielle Franco, do PSOL, e do motorista Anderson Pedro Gomes no dia 14, quando foram executados a tiros se tornou uma peça importante no quebra-cabeça da Delegacia de Homicídios para descobrir os executores. Eles saíram de um evento na Rua dos Inválidos, onde começaram a ser seguidos, e foram emboscados na Rua Joaquim Palhares, no Estácio. O pedido da quebra do sigilo foi feito ao 4º Tribunal do Júri. No mapeamento feito pelos investigadores são 35 erbs, antenas que registram as chamadas feitas na região.

Nos bastidores, a pressão sobre a investigação é grande, principalmente, para saber se a motivação foi política. Nenhuma hipótese está descartada. Ainda mais depois do bate-boca entre o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, e o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Enquanto, Jungmann acusou Freixo de mentir, o parlamentar rebateu chamando-o de 'trapalhão'. A gasolina na crise aumentou com o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que declarou que a morte de Marielle é um atentado político contra a intervenção.

No leque de investigação, a milícia é outro alvo. Dois acusados de envolvimento com paramilitares estiveram na Câmara de Vereadores. A polícia identificou, por imagens de câmeras cedidas pelo parlamento, que foram o ex-vereador Cristiano Girão, da milícia da Gardênia Azul, e o ex-policial militar Luiz Monteiro da Silva, o Doem, da Taquara, as duas da Zona Oeste. Tanto Girão quanto Doem foram citados no relatório final na CPI das Milícias, comandada por Marcelo Freixo, em 2008. Mas ainda estão em busca se as visitas têm algum tipo de relação com os crimes.

Justi�a manda Facebook retirar informa��es falsas

O juiz Jorge Jansen Counago Novelle, da 15� Vara C�vel do Tribunal de Justi�a do Rio determinou, que o Facebook retire, no prazo de 24 horas, publica��es com informa��es falsas e que ofendam a vereadora. A a��o foi movida pela irm� e pela vi�va de Marielle.

O magistrado tamb�m determinou que a rede social impe�a novas postagens ofensivas � vereadora e que informe se os perfis de Luciano Ayan, Luciano Henrique Ayan e Movimento Brasil Livre, que deram origem �s not�cias falsas, pagaram pelas postagens. Com um investimento m�nimo de R$ 2, � poss�vel fazer com que uma postagem apare�a em mil perfis, o que facilita a viraliza��o do conte�do.

Em sua decis�o, o juiz afirmou que "n�o se h� de tolerar que a morte de Marielle, M�rtir da Hist�ria Contempor�nea do Brasil, se repita, dia a dia, como vem ocorrendo, com a coniv�ncia, por omiss�o, especificamente do r�u, que se traveste numa rede social e vem permitindo a propaga��o de crimes como cal�nia contra os mortos, �dio, preconceito de ra�a e g�nero e abusos contra algu�m que j� n�o tem como se defender".

Ontem, a Biblioteca Parque de Manguinhos reabriu e recebeu o nome de Marielle (p�g. 3).

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Local onde Marielle Franco foi assassinada, no bairro do Est�cio, est� cheio de homenagens a ela Alexandre Brum / Agencia O Dia
Viola David faz homenagem para Marielle Franco Reprodu��o Internet

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