Servidor p�blico de Volta Redonda foi morto em blitz policial no Rio, diz fam�lia

Parentes foram informados da morte uma semana depois do �bito

Por O Dia

Ronaldo teria sido morto em blitz da PM e morte comunicada cinco dias depois
Ronaldo teria sido morto em blitz da PM e morte comunicada cinco dias depois -

Rio - Um servidor público de Volta Redonda foi morto com tiro na cabeça após passar por blitz da Polícia Militar na Avenida Brasil, em Olaria, Zona Norte do Rio. O enterro aconteceu neste sábado no Cemitério Portal da Saudade, na cidade do Sul Fluminense.

Indignados, parentes disseram que tentam entender porque a morte de Ronaldo Santos de Oliveira, de 42 anos, funcionário da Prefeitura de Volta Redonda, só foi comunicada à família nesta sexta-feira, cinco dias depois, mesmo com o corpo tendo sido encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) no dia 29 de abril. De acordo com testemunhas, ele estava com documentos de identificação.

Já a PM afirmou que Ronaldo furou uma blitz, desrespeitando ordem de parada, e quase atropelou pedestres e um policial durante a fuga. "Ao perceber o cerco dos policiais militares mais à frente, ele acelerou e tentou atropelar o policial, que atirou contra o veículo vindo a atingir o condutor". A corporação também afirmou que dentro do veículo foram apreendidos um revólver calibre 38 e substâncias entorpecentes (leia o comunicado da PM abaixo).

Ainda segundo familiares, Ronaldo havia saído da casa da cunhada, em Acari, na Zona Norte, para retornar a Volta Redonda. Funcionário da Secretaria de Obras, onde chefiava uma equipe de capina, ele trabalharia na segunda-feira, mas retornaria ao Rio no feriado de terça para buscar a mulher, Cláudia. Na quarta, sem notícias de seu paradeiro, a família comunicou o desaparecimento à polícia.

Além de suspeitar de informações de que Ronaldo tenha furado uma blitz, a família não se conforma com a demora da comunicação da morte.

"Ele conhecia muito bem o Rio. Estava acostumado a andar por lá. Já havia passado por outras blitzes, por que furaria desta vez? ", questionou a irmã do rapaz, Rafaela, em entrevista neste sábado ao site Foco Regional.  

Segundo testemunhas, durante a blitz, o carro de Ronaldo, o Gol KXV-2372, foi apreendido. Depois da morte de Ronaldo, três fuzis e pistolas de policiais que supostamente participaram da blitz, também teriam sido apreendidos para confronto balístico. A família ainda não sabe em que delegacia o caso foi registrado. Ronaldo era casado e pai de três filhos. 

Procurada pelo DIA, a PM deu a seguinte versão para o caso. Leia abaixo:

"De acordo com informações do 22°BPM (Maré), no último domingo (29/04), policiais da unidade tiveram sua atenção voltada para um veículo que, ao avistar a viatura, aumentou a velocidade em frente ao BRT Maré. A guarnição deu ordem de parada, e o condutor desrespeitou. Os policiais seguiram o carro e avisaram via rádio para realização de cerco policial na localidade. Ao tentar fugir dos policiais, o condutor subiu as vias de acesso ao Piscinão de Ramos em alta velocidade, invadiu a calçada e quase atropelou um grupo de pedestres que estavam em um ponto de ônibus. Ele retornou à Avenida Brasil e, ao perceber o cerco dos policiais militares mais à frente, acelerou e tentou atropelar o policial, que atirou contra o veículo vindo a atingir o condutor. O carro parou e foi verificado que o motorista havia sido baleado e estava em óbito. A perícia da Polícia Civil foi acionada, e o local, isolado. Dentro do veículo foram apreendidos, após a chegada da perícia, um revólver calibre 38, dois cartuchos .38 e substâncias entorpecentes. Três testemunhas, vítimas da tentativa de atropelamento, foram conduzidas à Delegacia de Homicídios para depoimento, onde a ocorrência foi registrada".

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que iria apurar o assunto, mas ainda se manifestou ao DIA.

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