Demoras injustific�veis

Precisamos de um choque de bom senso, de patriotismo e de trabalho

Por Arist�teles DrummondJornalista

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No Brasil, as coisas demoram a acontecer sob todos os aspectos. Briga-se com a modernidade, na era da tecnologia de ponta, na competição acirrada entre países, quando empresas estão na busca do progresso e do lucro.

O ponto mais gritante é o Judiciário, com a morosidade dos processos, com códigos ultrapassados. Nossa Justiça do Trabalho, por exemplo, recebe anualmente mais de dois milhões de processos e a um alto custo para os cofres públicos. E tudo isso gera impunidade, insegurança, injustiça e despesas.

No setor de obras públicas, a situação chega à fronteira do absurdo. O governo licitou a BR-040, no trecho de Juiz de Fora a Brasília, sem licenças ambientais para a duplicação, inclusive de pontes - embora o bom senso induza a considerar ser de fácil obtenção, pois se trata de simples duplicação da existente. Resultado: a concessão foi devolvida. No trecho do Rio a Juiz de Fora, uma pendência entre o TCU, a empresa concessionária e o DNIT parou as obras. Com isso, o que foi feito se deteriora e os trechos abandonados começam a ruir.

Na Via Dutra, a vergonhosa descida da serra das Araras regista acidentes diários, com seis quilômetros de traçado dos anos 1930. A duplicação da subida também parece ser a solução mais fácil e rápida, sem problemas ambientais. Em Volta Redonda, só agora o contorno que liga a Dutra à rodovia Lúcio Meira ficará pronto, depois de 20 anos de obras e conflitos judiciais. Belo Horizonte não tem até hoje o seu anel rodoviário,com um trecho recordistas de acidentes fatais.

Os projetos de reabertura do jogo, desde bingos a máquinas, oferecendo de imediato mais de cem mil empregos, está pronto para ser votado há mais de dois anos. Salvaria, inclusive, o turfe nacional, atendendo aos clubes com corridas em Porto Alegre, São Paulo e Rio, principalmente.

A burocracia é insensível. O limite de compras nas lojas conhecidas como free shops, nos aeroportos e alguns terminais marítimos, destinado apenas a viajantes, há mais de 30 anos tem o limite de US$ 500.

A recuperação das nascentes do São Francisco, prevista no projeto de transposição, nunca saiu do papel.

Enquanto isso, o mundo progride mais do que nós, que só temos mesmo tamanho e população, pois produtividade e competitividade estão fora dos padrões das 50 maiores economias do mundo.

Precisamos de um choque de bom senso, de patriotismo e de trabalho. Foi-se o tempo em que JK conseguiu quase atingir a meta de 50 anos em cinco. Hoje, levamos 50 anos para progredir cinco.

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Arist�teles Drummond, colunista do DIA Divulga��o
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