Saldo de mortos por febre amarela em 2018 já se aproxima do número total de 2017

Dia D da vacinação será sábado

Por O Dia

O Hemorio, no Centro, vai vacinar contra febre amarela quem for doar sangue. Campanha vai até sábado
O Hemorio, no Centro, vai vacinar contra febre amarela quem for doar sangue. Campanha vai até sábado - Paulo Carneiro/Parceiro/Agência O Dia

Rio - Subiu para oito o número de mortos por febre amarela no estado do Rio em 2018, em dados atualizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Com isso, os óbitos decorrentes da doença em janeiro se aproximam dos nove que ocorreram em todo o ano de 2017. O número de casos totais confirmados já chega a vinte, e quadruplicou em apenas seis dias. São sete a menos do que os registrados em todo o ano passado.

O último óbito confirmado foi em Valença, no Sul Fluminense, que confirmou a doença em um homem não identificado de 44 anos, morador da zona rural, falecido na semana passada. Ele não havia tomado a vacina. A cidade é a recordista de casos no estado, com 12, e de mortes por febre amarela, com quatro. A prefeitura informou que vacinou 37.500 pessoas desde o dia 13, quando intensificou a campanha, após a primeira morte suspeita. Segundo a secretaria de Saúde local, a imunização já atingiu 95% do público-alvo da vacina, formado por pessoas entre 9 meses e 60 anos.

Dia D no sábado

No próximo sábado, a partir das 9h, todos os 92 municípios do Rio participarão do Dia D de vacinação contra a febre amarela. Unidades de saúde, instalações montadas pela SES e quartéis do Corpo de Bombeiros sediarão a campanha. Os locais ainda não foram divulgados.

Ontem, as filas para doar sangue no Hemorio foram acima do normal. A instituição está aplicando a vacina contra febre amarela aos doadores até sábado. O limite é de 400 senhas por dia.

A partir de amanhã, a dose fracionada começa a circular em 15 municípios. A Secretaria de Saúde de Teresópolis divulgou que já imunizou 100% do público-alvo contra a febre amarela. O município registrou quatro casos da doença, com dois óbitos.

'Nunca vi um massacre desses'

O desconhecimento sobre a febre amarela ainda é grande. Muitos macacos, que são apenas hospedeiros da doença, estão sendo assassinados. Ao todo, 104 morreram em janeiro, e a maioria foi vítima de agressões. Nem o mico-leão-dourado, espécie em extinção, escapou da selvageria. A subsecretária municipal de Vigilância Sanitária do Rio, Márcia Rolim, revelou ao RJ2, da TV Globo, que a situação é inédita.

"Trabalho há 15 anos na prefeitura e tenho 22 anos de medicina veterinária. Nunca vi um massacre desses contra uma espécie. Essa indignação é principalmente porque não estamos fazendo diagnósticos de zoonoses. Estamos fazendo diagnósticos de assassinato", desabafou Márcia.

A morte de macacos impede as autoridades de identificarem em que regiões o vírus da febre amarela silvestre está circulando. O estudo dos casos em animais são fundamentais para um melhor mapeamento da doença, de forma a intensificar a prevenção em áreas de risco.

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